Por Ricardo Kertzman
Dias atrás, em Belo Horizonte, em uma das escolas mais tradicionais e caras da cidade, alunos pré-adolescentes gritavam o lema integralista de 1930, oriundo do fascismo italiano, adotado e ligeiramente modificado por Jair Bolsonaro, “Deus, Pátria e Família”, ao mesmo tempo em que “faziam arminha” com as mãos. Fico, aqui, imaginando os adultos tolerantes e plurais que não se tornarão por inteira culpa, sim, de seus pais.
Dias atrás, em Belo Horizonte, em uma das escolas mais tradicionais e caras da cidade, alunos pré-adolescentes gritavam o lema integralista de 1930, oriundo do fascismo italiano, adotado e ligeiramente modificado por Jair Bolsonaro, “Deus, Pátria e Família”, ao mesmo tempo em que “faziam arminha” com as mãos. Fico, aqui, imaginando os adultos tolerantes e plurais que não se tornarão por inteira culpa, sim, de seus pais.
e um deles urinou sobre a flâmula, trazida à escola por um coleguinha, simpatizante de Lula, enquanto os outros gravavam a cena de cunho fascistóide, publicada posteriormente na internet. Pergunto: que tipo de geração soerguerá após estes anos pautados pelo extremismo e a intolerância?
Também, em um dos mais tradicionais colégios particulares de Curitiba, um grupo de garotos tomou indevidamente para si uma bandeira do PT, Estes dias, um post chocante chamou a minha atenção. Uma adolescente da mesma idade que a minha filha (16 anos), divulgou um meme com os dizeres: “nem que isto custe a minha vida e que eu leve um tiro no peito ou na cabeça, este demônio chamado Lula não vestirá aquela faixa novamente”, e ainda: “a nossa bandeira jamais será vermelha, a não ser com nosso sangue”. Os pais, imagino, são bolsonaristas fanáticos.
Abaixo, o meme que citei acima.
Nesta segunda-feira, veio a público um vídeo em que uma professora, em plena sala de aula, trajando camisa do Brasil, bolsonarista fanática também, ouvindo música semelhante a uma marcha militar, bateu continência e, em seguida, fez a saudação nazista, erguendo o braço direito com a mão espalmada. No vídeo não é possível ouvir se bradou “Heil Hitler”, tampouco li a respeito nas matérias replicadas por toda a imprensa brasileira.
Nesta segunda-feira, veio a público um vídeo em que uma professora, em plena sala de aula, trajando camisa do Brasil, bolsonarista fanática também, ouvindo música semelhante a uma marcha militar, bateu continência e, em seguida, fez a saudação nazista, erguendo o braço direito com a mão espalmada. No vídeo não é possível ouvir se bradou “Heil Hitler”, tampouco li a respeito nas matérias replicadas por toda a imprensa brasileira.
Não sei exatamente se há uma relação de causa e efeito entre adolescentes e professores e/ou seus pais, mas exemplos, modelos, enfim, inspiram e tendem a ser repetidos por filhos, sobrinhos e netos. Semana passada, um grupo de crianças com idade entre 10 e 12 anos “estuprou” uma coleguinha de escola, de apenas 8 anos. Onde raios essas crianças ouviram, viram e aprenderam, para repetirem a barbárie, uma cena de estupro?
Não sei mais o que fazer para tentar retirar da paranoia aterrorizante meus amigos, tão queridos, cegos e surdos de ódio contra a possibilidade de retorno do lulopetismo ao poder. Sim, também tenho ojeriza a Lula e ao PT, mas jamais deixei-me levar para além do “voto-vômito” em Bolsonaro, no segundo turno de 2018, muito menos contaminei minha filha com meus maus sentimentos (de adulto) ou permiti que ela desenvolvesse qualquer forma de intolerância política.
Espero que reflitam a respeito e, se for o caso, mudem radicalmente o comportamento diante dos filhos. É tremendamente assustador tudo isso.
Espero que reflitam a respeito e, se for o caso, mudem radicalmente o comportamento diante dos filhos. É tremendamente assustador tudo isso.