Por Ricardo Kertzman
Repare bem, diria Ciro Gomes, o coroné cabra da peste e eterno coadjuvante nas eleições presidenciais; repare bem: um em cada cinco deputados federais duplicou o patrimônio nos últimos quatro anos. Sete em cada dez enriqueceram neste período. Será que fundão eleitoral, orçamento secreto, rachadinhas e rachadões ajudaram? É só uma pergunta.
Em levantamento realizado pelo Portal G1, da Globo, levando-se em conta as declarações dos candidatos ao TSE em 2018 e 2022, foi constatada ampla evolução patrimonial dos parlamentares enquanto a população brasileira ficou mais pobre. Houve congressista que enriqueceu 40 milhões de reais no período, e sem ganhar na megasena acumulada.
Enquanto o rendimento médio do brasileiro recuou cerca de 10% no período, nossos representantes no Congresso Nacional passaram ao largo das crises. Não teve covid, recessão, guerra, Bolsonaro e Paulo Guedes que atrapalhassem o caminho da prosperidade. Fico aqui me perguntando: qual o segredo desses caras?
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A cada quatro anos renovam-se as esperanças (não as minhas, pois já as perdi faz décadas) e lá vão os eleitores otários em busca de novos picaretas. Todos? Não, claro. Apenas 99.9999%. E sabem o que isso significa? Nada! Porque seus votos não valem, ou melhor, valem muito, mas para eleger quem você jamais pensou em votar.
Dos 513 deputados do novo exercício parlamentar, a partir de primeiro de janeiro de 2023, apenas 28 foram eleitos diretamente. Sim. Apenas 28 tiveram votos suficientes para representar, ao menos nas promessas, o povo. O resto foi eleito na carona do famigerado quociente eleitoral, que faz a alegria dos caciques partidários.
Em 2018, esse número foi de 27. Em 2014, de 35. Em 2010, de 36. Se você leu esse texto, antes de brigar com familiares e amigos por causa de política e políticos; antes de sair por aí fazendo arminha ou a letra L com os dedos, olhe para seu bolso, sua conta e a evolução do seu patrimônio no último quadriênio. Olhou? Beleza. Abraços e seja feliz.