Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Debate: pintou um clima entre Bolsonaro e Moro; Lula perdeu o rumo de casa

Ricardo Kertzman

A noite começou perfeita para Lula da Silva, o meliante de São Bernardo. Mais experiente e articulado, pautou o primeiro bloco e manteve a discussão onde queria: Educação e Covid. Atrapalhou-se com números e datas, é verdade, mas diante de um Bolsonaro ignorante, atordoado e sem ter o que dizer em defesa própria, levou o adversário à lona e só não venceu por nocaute porque o intervalo salvou o verdugo do Planalto.





Bolsonaro estava desorientado, e grosseiramente chamou Lula de “velho”, disse que “fez política sobre o caixão da esposa” (é verdade, mas tremendamente inapropriada a fala), e em seu pior momento chamou os moradores do Morro do Alemão, um complexo de favelas e comunidades carentes do Rio de Janeiro, de “traficantes”. Ao final do bloco, acusou o chefão petista de “transpor dinheiro do povo para o PT”. Sensacional, hehe. É verdade!

O segundo bloco só prestou porque a brilhante jornalista Vera Magalhães, covardemente atacada por Bolsonaro e sua seita no debate anterior, tirou do patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias, compradas com dinheiro vivo e panetones de chocolate, o compromisso de “não mexer no Supremo”. Vai cumprir? Bem, se reeleito vamos descobrir, mas duvido que ao menos não tente, pois é um proto ditador assumido.

Em seguida, outra brilhante jornalista, também já agredida pelo amigão do Queiroz e sua turba, Patrícia Campos Mello perguntou sobre “fake news”, e os dois maiores mentirosos do País não responderam. Por sua vez, o ótimo Josias de Souza arguiu sobre centrão, mensalão e orçamento secreto, e ambos os corruptos tergiversaram e não responderam. Acho perda de tempo as perguntas dos jornalistas, pois os caras nunca respondem. 

VIRANDO O JOGO

O Terceiro Bloco foi uma surra de dar dó, do devoto da cloroquina sobre o líder do mensalão. Lula falou como papagaio, não disse nada, esgotou seu tempo e teve de ouvir poucas e boas sobre corrupção, apoio a ditadores e outras verdades durante intermináveis cinco minutos. O desastre só não foi maior e pior, porque Bolsonaro não consegue articular pensamentos e construir uma frase com sujeito, verbo e predicado, que seja compreensível.





Sobre Educação, a maior gafe do chefão petista, que disse que “as crianças estão mais analfabetas do que eram”. Bolsonaro, então, mandou ver: “finalmente uma verdade! Admitiu que as crianças eram analfabetas no seu governo”. Em contrapartida, o maridão da Micheque (e os 90  mil reais do Queiroz, hein?) contou uma mentira tão grande, mas tão grande, que até doeu: “meu governo alfabetiza uma criança em seis meses”. Taqueopariu!!

Quem é mais cara de pau: Moro, Bolsonaro ou os eleitores? (foto: Reprodução/ Twitter)
Passando a régua, se querem mesmo saber, meus queridos leitores, acho que ficou tudo no zero a zero. Lula massacrou no primeiro bloco e Bolsonaro deu o troco, com requintes de crueldade, no terceiro. Mas patético mesmo, eu diria até vergonhoso, foi a postagem do novo ex-tudo (ex-juiz, ex-ministro, ex-desafeto, ex-traidor, agora amigo outra vez), Sergio Moro:

“Estou nos estúdios da Band, acompanhando o debate a convite de Jair Messias Bolsonaro”. Caraca! Só faltou chamar de “mito”. E após o término, durante as entrevistas com os candidatos, o “marreco" apareceu ao lado do “capitão”, que lhe apresentou aos telespectadores. Na boa, não sei quem é mais sem vergonha, se Moro ou se Bolsonaro. Aliás, eu sei: é o eleitor otário, que ainda briga com amigos e familiares por causa desses vagabundos.