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Estado de Minas RICARDO KERTZMAN

Tiros na PF: Roberto Jefferson deu início à luta armada bolsonarista

Crimes contra a vida de opositores e mulheres, por bolsonaristas, temos aos montes. Após o início da campanha, três mortes e dois espancamentos já ocorreram


24/10/2022 10:17 - atualizado 24/10/2022 11:15

roberto Jefferson e Jair Bolsonaro
Capitão e soldado pela luta armada no País (foto: Reprodução/Redes Sociais)
Era questão de tempo! O proselitismo armamentista, impulsionado pela frouxidão das leis imposta por Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, com o objetivo de armar indiscriminadamente os fanáticos bolsonaristas, camuflados sob a sigla CAC (Caçadores, Atiradores e Colecionadores), aliado ao discurso diuturno de violência e intolerância política, religiosa, étnica e de gênero, gritada pelos quatro cantos do País pelo próprio presidente e sua seita, finalmente viu inaugurada a luta armada contra o Estado Democrático de Direito.

Crimes contra a vida de opositores políticos, mulheres e homossexuais, por parte dos bolsonaristas, já temos aos montes nestes últimos anos. Após o início da campanha, três mortes e dois espancamentos ocorreram, sem contar as agressões físicas de menor gravidade, inclusive a padres nas igrejas e a políticas (Marina Silva) e jornalistas (Vera Magalhães) em ambientes privados (hotel e estúdio de TV). Aliás, nunca é tarde relembrar o assassinato de um petista, dentro de um salão de festas, no próprio aniversário.

Naquela bizarra reunião ministerial de 22 de abril de 2020, no auge da pandemia do novo coronavírus, após decisão judicial que determinou sua divulgação, vimos e ouvimos todos, em alto e bom som, o patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias compradas com panetones de chocolate e dinheiro vivo dizer que: “quero ver um prefeito ou governador obrigar um cidadão armado, em casa, não sair para trabalhar”, obviamente, admitindo e pregando a luta armada contra as leis e as autoridades de Estado.

O número de armas em circulação nas mãos dos tais CACs aumentou de 300 mil unidades para mais de 1.1 milhão em menos de quatro anos. O número de munição é desconhecido, mas são centenas de milhões de projéteis de todos os calibres, pois o Exército não mais rastreia ou fiscaliza a compra. Aliás, as Forças Armadas admitiram que não possuem, pasmem!, 12 homens, por 180 dias, necessários para tal levantamento. Eis o que está em curso pelo devoto da cloroquina, Jair Messias Bolsonaro, em nome de Jesus!

Sim, este senhor está armando sua seita de fanáticos de forma incontestável. Além disso, sua influência nas Polícias Civil e Militar por todo o Brasil é enorme. Sem contar o histórico e comprovado relacionamento com as milícias do Rio de Janeiro. Não é exagero falar em exército bolsonarista, portanto. E não duvido de alguns milhares de soldados das Forças Armadas, dispostos a guerrear pelo “mito” contra os “comunistas”. A situação é verdadeiramente grave e preocupante, e Roberto Jefferson, talvez, tenha dado o “salve”. 

Se Lula vencer domingo que vem, principalmente se por mínima margem de votos, a fúria golpista tomará conta do País. Seguramente, Bolsonaro e sua malta irão falar em fraude, em favorecimento (a Lula) do TSE e STF, e até mesmo em interferência externa (de quem? Sei lá. Essa gente não precisa de coerência; só de fantasia). É bem provável que tenhamos, a partir de então, episódios de violência armada. Já se Bolsonaro for reeleito, tanto pior. Essa gente se sentirá fortalecida e fará de tudo - e mais um pouco! - para minar de vez o que restou de oposição e destruir a nossa democracia.

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