Que pessoal democrata, né? Que pessoal patriota! Que pessoal preocupado com - como é mesmo? - Deus, Pátria e Família essa turma que está barbarizando o País, provocando uma verdadeira desordem civil.
É essa gente aí, super democrática, que manda todo mundo ir para Cuba e para a Venezuela?
Quer dizer que agora é assim? Se eu não gosto do resultado das eleições, eu paro o País? Eu fecho as estradas, bloqueio o acesso aos aeroportos, queimo pneus nas ruas e impeço as pessoas de irem e virem?
Ou, então, eu espanco e chuto carros, como o da moça ontem, em um posto de gasolina em Santa Catarina? Ou eu invado um bar e mato um rapaz de 28 anos como ocorreu em BH?
E a seguir? Vão fazer o quê? Vão invadir o Congresso? Vão invadir o Supremo? Vão invadir o nordeste? Sim, porque o que eu tenho visto de gente vagabunda, gente ordinária, gravando vídeo e escrevendo mensagem em grupo de whatsapp ofendendo os nordestinos é assustador, é repugnante. É criminoso. É desumano. É imoral.
Há mais de 40 horas o Brasil não tem presidente. Ou melhor, até tem, mas ninguém sabe, ninguém viu. Mudo ele manda uma mensagem inaceitável de inconformismo, de falta de mínimo comprometimento institucional.
Uma mensagem velada para seus militantes radicais - e nem tão velada assim para a Polícia Rodoviária Federal - de que é isso mesmo, de que "vamos botar pra quebrar"!
Eu pergunto para o leitor amigo, a leitora amiga... e se fosse o contrário? Se o presidente Bolsonaro ganhasse as eleições e, hoje, o MST, a Via Campesina e esse ditos movimentos sociais, que historicamente desrespeitaram o Estado Democrático de Direito e infernizaram - com a complacência, sim, do PT, durante anos - a vida das pessoas, estivessem fazendo a mesma coisa?
Se estivessem, hoje, fazendo o que estão fazendo os caminhoneiros bolsonaristas, qual seria a reação dos patriotas? Qual seria a reação da polícia rodoviária? Qual seria a reação das forças armadas? Aliás, qual seria a reação do presidente da república?
Mudo, calado? Acho que não, né.
Mudo, calado? Acho que não, né.