Com muito menos erros que acertos, mais qualidades que defeitos e alguns excessos, sim, aqui e acolá, justificados diante de um quadro inédito na República em que o golpismo não se dá mais pelas armas e canhões dos generais, mas pelo WhatsApp e a dissonância cognitiva de milhões de aloprados fanatizados, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, já pode ser considerado uma espécie de “herói da resistência” da jovem e frágil democracia brasileira.
O que este senhor sofreu e vem sofrendo; o que teve de lutar, muitas vezes, quase isoladamente, contra não apenas uma turba de golpistas violentos e virulentos, mas contra seus próprios pares no judiciário, e não raro contra boa parte da imprensa nacional, “não é brinquedo, não” como diria Dona Jura (Solange Couto), personagem da novela “O Clone”, de Glória Perez, exibida pela TV Globo em 2001-2002. Infelizmente, para seu azar e do Brasil, a onda golpista do bolsonarismo não passou. Pior: vem se tornando mais perigosa.
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Em Belo Horizonte, há mais de três semanas seguidas, um grupo de senhores e senhoras de média e terceira idades, todos sem ocupação profissional e/ou com bastante tempo ocioso, brancos, de classe média ou ricos, infernizam a região próxima ao quartel do Exército onde, diariamente, rezam, choram, se desesperam, comemoram a prisão (inexistente) de alguém, a descoberta (inexistente) de fraude eleitoral e outras maluquices, e pedem por um golpe militar - crime previsto no Código Penal e na Constituição Federal.
Iniciei este texto falando do Xandão e retorno a ele: ou o ministro manda trancafiar os delinquentes à solta pelo País, ou corremos risco de confrontos armados entre golpistas e Polícia, ou mesmo entre criminosos e outros cidadãos, também armados, que não suportam mais essa palhaçada toda (lembrando que já ocorreu com torcidas organizadas). Está na hora, ou melhor, passou da hora de termos outro Roberto Jefferson como exemplo. Não para dar tiros e atirar granadas, claro, mas ser conduzido ao presídio mais próximo, que é onde esses malucos merecem estar. Ou, alternativamente, ao hospício.