Jornal Estado de Minas
OPINIÃO SEM MEDO

O imbrochável também chora: as lágrimas de Bolsonaro não comovem ninguém


Tá pra nascer nego mais chorão do que eu. “Ricardo, falar “nego” é racismo”. Hahaha, que vá plantar batatas quem pensa assim. Seguinte: eu choro até em inauguração de carrinho de pipoca, mas sabem por quê? Porque sou um cara verdadeiramente emotivo e sensível. Quase tudo de bom ou de ruim me toca sobremaneira.





Bolsonaro chorou! Nossa, que coisa, né? O verdugo do Planalto, que jamais derramou meia lágrima pelos mortos da covid-19, que estimula a violência contra quem não gosta, que prefere um filho morto a um filho gay, que compara os negros a animais de corte (isso, sim, é racismo!), agora se tornou um ser humano - e sensível?

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Duvido. No máximo, está enfrentando uma depressão das bravas. O amigão do Queiroz é uma pessoa tão ruim - de corpo e alma -, mas tão ruim, que suas lágrimas não representam nada de bom ou de positivo. Assim, estou me lixando para os olhos lacrimejantes de Jair Bolsonaro, o devoto da cloroquina que (está quase) já vai tarde.

Alguns dizem que o patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias, compradas com panetones de chocolate e muito dinheiro vivo, chorou por causa da dor que vem sentindo pela doença de pele (erisipela) que o acomete há dias. Outros dizem que chorou por causa dos problemas conjugais (Michelle também lacrimejou).

Aliás, por falar na primeira-dama, ninguém chorou quando o Queiroz depositou 90 mil reais em cheques na conta correntem dela, né? Mas, voltando ao lacrimejar presidencial, também especula-se que Bolsonaro tenha chorado após entender, finalmente, que seus dias de poder estão terminando, e que uma dura caminhada judicial lhe aguarda.



A mim pouco me importa o motivo do mimimi do “mito”. Aliás, deixa de frescura, pô! Vai chorar até quando? Que eu saiba, imbrochável, imorrível e incomível não chora. Eu quero mesmo é saber quando é que vai reconhecer a derrota nas eleições, voltar a fingir que é presidente e, sobrando tempo, mandar seus bate-paus pararem de pregar golpe militar.

Roberto Carlos cantava: “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”. Pois é, bicho, quantas emoções! Bolsonaro tem casa, ou melhor palácio, comida, roupa lavada e acumulará mais de 100 mil reais em vencimentos. Como diz o ditado, "vá chorar na cama que é lugar quente", e deixe as lágrimas para quem tem motivos.