Respeitar a democracia e apostar na política como as únicas formas de equilíbrio social são premissas básicas a qualquer bípede com mais de dois neurônios e que mereça viver - e conviver - em sociedade. Ignorar ou rechaçar estes dois fundamentos civilizatórios equivale, nos tempos atuais, a orar para ETs, oferecer cloroquina às emas e/ou, pior, assassinar alguém por ter votado no candidato de oposição.
Sou democrata e, a despeito de detestar a política e 99% dos políticos do País, compreendo que, como ensinou Churchill (1874-1965), não há regime melhor. Por isso, assistir à diplomação de Lula da Silva, um sujeito que foi condenado em três instâncias por um juiz federal, três desembargadores e cinco ministros do STJ, para finalmente ter as penas anuladas pelo STF, não me desce bem pela goela, ainda que eu engula.
E não só por isso. Considero o chefão petista o precursor do clima de ódio social que atingiu o ápice durante o mandato de Jair Bolsonaro. Foi o lulopetismo o criador do “nós x eles”, além de historicamente ser contra tudo o que já houve de bom na economia e na política do Brasil (Plano Real, Lei de Responsabilidade Fiscal, Constituição de 1988 etc.). É da gênese autoritária dessa gente a vocação para partido único e voz única.
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Tenho esperança e torço para um bom governo de Lula, mas não creio. Aliás, duvido muito que seja um governo sequer razoável. Aposto no ruim com viés de péssimo, ou seja, nada diferente do que foi o desgoverno do patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias compradas com panetones de chocolate e muito dinheiro vivo. Eis porque o título desta coluna fala em mediocridade. Ou existiria um termo melhor?
Basicamente (Michel Temer no meio), Bolsonaro sucedeu a Dilma, que sucedeu a Lula, que agora sucede… a Bolsonaro! Percebem, caros leitores, como o Brasil andou em círculos e não saiu do lugar? Desde 2002, portanto, alternamos entre o ruim e o péssimo. E se não surgir imediatamente uma alternativa viável para 2026, conforme defendi neste artigo, daqui a quatro anos estaremos diante de mais mediocridade. Até quando, hein?