Dizem que, no Brasil, o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes. Na Argentina, contudo, seguramente, é a coisa mais importante dentre as mais importantes. A paixão de nossos hermanos pelo esporte bretão é ímpar no mundo, e pela seleção nacional, então, nem se fala.
A festa que fizeram os argentinos, ontem, em Buenos Aires, foi simplesmente comovente. Como comoventes são os vídeos dos jogadores no vestiário após o título, e os torcedores, em prantos, no estádio e pelas ruas do Catar. Na boa, nem consigo lamentar não ser a Seleção Brasileira a campeã.
A Argentina vive uma interminável crise política, social e econômica. Há décadas caminham em círculos, em torno do fogo, no fundo abismo - sim, já caíram faz tempo. Ardendo no mármore do inferno da corrupção, da incompetência e do populismo de esquerda, o país empobrece a cada novo governo.
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O futebol está longe de ser um esporte justo. Ao contrário. Sorte e azar, competência e incompetência, juízes e cartolas, equilíbrio e desequilíbrio emocional, enfim, são tantos os fatores que interferem na vitória merecida, ou na derrota certa, que não dá para enumerar. Talvez, por isso, seja tão apaixonante e o maior esporte do mundo.
Mas, neste domingo (18/12), a justiça foi feita. Com a Argentina e com Messi. Em verdade, com os fãs do futebol. E a história só não foi perfeita porque estragaram, irremediável e eternamente, a foto de Lionel, trajando o manto azul e branco, ao vestir-lhe uma túnica totalmente fora de hora e lugar.
Particularmente, senti e sentirei falta da imagem de Messi, levantando a taça pela Seleção Argentina, afinal, ali estava não o capitão, mas uma espécie de garoto-propaganda do ditador árabe. Que pena! Como pena foi a cena lamentável do goleiro-herói, transformando seu troféu em símbolo fálico de péssimo gosto.
Daqui a quatro anos, na América do Norte, Messi não estará jogando. Cristiano Ronaldo, também não. Neymar, talvez. Mbappé, seguramente. Se não surgir nenhum outro, será o grande astro de 2026. O Brasil estará completando 24 anos de jejum, como completou em 1994, também nos EUA. Tomara que seja a nossa vez. A sexta. E que o País não esteja tão mal assim.