Bem, não foi exatamente uma entrevista o que Lula da Silva, a quem carinhosamente chamo “ex-tudo” (ex-condenado, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro), concedeu à excelente Natuza Nery, da GloboNews. Foi, na prática, um discurso eleitoral recém-saído das catacumbas petistas dos anos 1990.
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Saco cheio desse papo de imposto: vá produzir, Haddad, ao invés de só tomarPerdão pela expressão, mas "lave sua boca, Boulos", para falar de ZemaUm patriota faminto: cartão corporativo de Bolsonaro alimentaria milhõesMichel Temer perde a paciência e manda a real sobre Lula: 7x1 pro VampirãoPor amor à pátria, Bolsonaro torrou fortuna em caviar, picanha e NutellaAliás, sobre inflação, disse ser contra a meta de “apenas” 3.7%: “Por que não pode ser mais, 4.5%, por exemplo”? É impressionante, mas até hoje esse sujeito e seu partido não compreendem o peso da carestia para a população mais pobre. Ou melhor, até entendem, mas no fundo querem isso mesmo.
“Não peçam para mim seriedade fiscal. Eu quero que as pessoas que pedem estabilidade fiscal tenham responsabilidade social”. Falou o humanista que acaba de torrar, sem licitação, mais de 200 mil reais em diárias em hotel de luxo em Brasília. E não me venham com justificativas, porque isso é imperdoável.
Lula, em suma, quer:
* Inflação mais alta para “o País voltar a crescer”.
* Revogar a independência do Banco Central.
* Continuar estourando o teto de gastos.
* Interferir no Conselho Monetário Nacional (que define a meta de inflação).
Como não poderia deixar de ser, também atacou “os mais ricos”, como se ele próprio e seus apaniguados não fizessem parte do 1% mais abastado do Brasil. E, claro, avisou que vai aumentar impostos, afinal, tem 37 ministérios para sustentar, mas, obviamente, disse que o dinheiro extra será usado para ajudar os mais pobres. Me engana que eu gosto.