Quem me acompanha há mais tempo sabe que costumo abrir espaço em minhas colunas ranzinzas, para demonstrações de afeto e homenagens a amigos queridos. Até um, entre a vida e a morte, já me mereceu amor em letras. Ah! A morte perdeu, hehe.
Fazia tempo que não encontrava motivo, ou inspiração, para escrever sem xingar um político ou governante pilantra qualquer. Na calada da noite, porém, após um aniversário ímpar e filosofia de botequim com anfitriões, insone, me rendi ao teclado e ao coração.
Sim, é verdade: a sabedoria vem de livros, estudos, pesquisas e muita reflexão, além de empirismo “na veia”. Mas há uma fonte inesgotável de saber, talvez a mais poderosa e antiga de todas. A sabedoria popular é - de fato! - a mãe de todas as outras.
EU SOU O SAMBA
Desconheço música de origem, apelo e penetração mais popular que o nosso samba. Principalmente o “raiz”. De lá vem grandes ensinamentos, e um dos maiores é: “deixa a vida me levar”. Pergunto: há outra alternativa? Quem somos diante do poder do destino?
Zeca Pagodinho é ídolo de um grande, antigo e querido amigo que completou 60 anos. A música Deixa a Vida Me Levar é a favorita deste jovem da terceira idade. Aliás, na boa, de verdade, os 60 são os novos 50. Basta comparar a vida e as gerações para se ter certeza.
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FILOSOFIA DE BOTEQUIM
Do que vale todo o dinheiro do mundo sem queridos para desfrutar em conjunto? Do que vale um hotel seis estrelas, bebidas e comidas caras, sem as gargalhadas dos amigos de infância? O quarto mais luxuoso do mundo é “dentro de um abraço” (Jota Quest).
Infeliz o feliz ocasional. Infeliz o solitário, ainda que não só. Infeliz o ausente, o descrente - ou o crente em quem, ou o que, não presta. Infeliz quem já não é mais feliz. Lado outro, feliz o amigo que pode e tem com quem comemorar a vida, mesmo à sombra do passado.
Faça muitos anos, sempre com muita alegria e saúde, desfrutando a vida ao lado de amigos e familiares, caro Edu. Daqui a dez anos, como há dez anos (percebam a importância de um H), espero estarmos juntos, bem e felizes, celebrando o passado, de olho no futuro.
P.S.: Eis o resumo da sua trajetória: “Confesso que sou de origem pobre. Mas meu coração é nobre. Foi assim que Deus me fez” (Zeca Pagodinho). Parabéns e obrigado por ser… nobre! Que inspire quem tanto precisa. Afinal,o jogo só termina quando acaba. Forte abraço!!