Jornal Estado de Minas

RICARDO KERTZMAN

Alô, torcida do Galo: Prefeitura de BH continua dificultando a Arena MRV

Tradicionalmente, o Estado brasileiro, nas três esferas (municipal, estadual e federal) e Poderes (executivo, legislativo e judiciário), não apenas não ajuda como dificulta o quanto pode as atividades do setor privado, justamente aquele trabalha e produz as riquezas necessárias para custear a boa vida, os privilégios, os desperdícios e a roubalheira desenfreada dos políticos, governantes e agentes públicos Brasil afora.





No caso da Arena MRV, em Belo Horizonte, futura casa própria do Galo, as condicionantes e contrapartidas exigidas pela União, Governo de Minas Gerais e Prefeitura de BH beiram as raias do absurdo, para não dizer confisco, sem falar na morosidade e burocracia infernais, para cada mínimo ato, mínima diligência, mínimo alvará, mínima licença, processos que impactaram estupidamente os custos e os prazos de construção.

A saga vivida pela diretoria atleticana, que vem superando obstáculos cruéis e imprevistos como a pandemia do novo coronavírus e a guerra na Ucrânia, além de um ambiente político, social e econômico para lá de adverso por conta da recente eleição presidencial, parece não ter fim no âmbito municipal, já que a Prefeitura de Belo Horizonte, agora “sob nova direção”, insiste em trabalhar contra o sonho da massa atleticana.

A “guerra santa” se iniciou com o ex-prefeito Alexandre Kalil e, infelizmente, continua sob a gestão Fuad Noman. Aliás, o “bom velhinho” concedeu uma entrevista espantosa em que admitiu lotear a prefeitura com cargos indicados por vereadores aliados, além de sugerir uma “CPI no Galo”. Pô, prefeito, me ajuda aí! O senhor deveria estar atento às CPIs que estão em andamento na CMBH, e que podem atingir diretamente o senhor e a Prefeitura.





O Atlético não nega nem confirma, mas o excelente jornalista esportivo e comunicador de primeira Héverton Guimarães, da Itatiaia e Band, trouxe à tona a batalha que ocorre nos bastidores, ou melhor, nos corredores da PBH e do CAM, onde o Poder Executivo da Capital “ameaça” veladamente o Clube e exige providências inéditas (mais?!?) jamais solicitadas ou cumpridas, por exemplo, pelo Mineirão e o Independência.

Justiça seja feita: o movimento contra a Arena MRV, o Galo e sua torcida não parte dos técnicos e servidores de segundo e terceiro escalões da Prefeitura, sempre muito competentes e prestativos (segundo informação do próprio Atlético), mas do “alto comando” da Afonso Pena 1212. Assim, fica a pergunta ao prefeito Fuad, por quem tenho carinho e admiração: o senhor entrará para a história como o prefeito que participou da inauguração da Arena MRV ou como o prefeito (mais um) que lutou contra sua construção?