Tragédias de grandes proporções como a que estamos assistindo no litoral norte de São Paulo não costumam acontecer de um dia para o outro. São resultado de anos e anos de descaso, leniência e muita irresponsabilidade, de diferentes políticos, governos e governantes.
Em 1988, ou seja, vinte e cinco anos atrás, uma matéria na Folha de São Paulo já mostrava o avanço da ocupação desordenada de encostas e morros na região atingida pelos deslizamentos destes dias, acarretando, até o momento, mais de quarenta mortes confirmadas.
Dezessete anos depois, em 2015, o jornal Estado de São Paulo mostrou que o número de moradias irregulares em áreas de risco - justamente nas encostas da Barra do Sahy - havia aumentado em mais de 60% apenas nos quatro anos anteriores. Notem: estamos falando de oito anos atrás.
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Sabem qual a quantidade de dinheiro público circulou nas mãos destes senhores? Pois é. As centenas de bilhões de reais, senão trilhões, foram usadas para muita coisa - inclusive corrupção -, menos (ou muito pouco) na prevenção de acidentes geológicos envolvendo pessoas.
Bolsonaro, por exemplo, deixou alocado no orçamento de 2023 menos de 3 milhões de reais, para todo o Brasil, enquanto Arthur Lira, presidente da Câmara, foi e é agraciado com bilhões de reais para distribuir aos apaniguados. Enquanto o Estado gastar mais consigo do que com o País, o resultado será sempre o mesmo.