Jornal Estado de Minas

RICARDO KERTZMAN

SAF do Galo: Atenção, o Atlético não é um clube em liquidação

Há um antigo dito popular, muito conhecido no interior de Minas, que diz: “Cada enxadada, uma minhoca”. Pois é. Tudo o que envolve o Galo parece ser assim: a cada semana, uma fofoca. É impressionante como as candinhas não sossegam.





O Atlético é um dos maiores e mais importantes clubes de futebol profissional da América do Sul, e isso já bastaria para ser alvo diário de especulações. Porém, em tempos de SAF, Arena MRV e venda de shopping, o “diz que me diz” beira as raias da loucura.

A boataria desta terça-feira de carnaval dava conta do término das negociações com o fundo de investimento capitaneado pelo norte-americano Peter Grieve. Paralelamente, segundo os mexeriqueiros, o CAM estaria negociando com dois outros investidores.

Bem, vamos por partes: pelo que apurei, não há nada que indique o fim das negociações com o banqueiro dos Estados Unidos. Sobre outros interessados, nada mais natural, afinal o Atlético não está parado nem muito menos carente de outras boas ofertas.





O que muita gente ansiosa, ou maldosa, não entende é o seguinte:

* O Atlético, a despeito da grave situação de fluxo de caixa por que passa, é um clube valiosíssimo com patrimônio muito superior às suas dívidas.

* O Galo possui um dos elencos mais valorizados do futebol brasileiro e sul-americano, com jogadores de nível europeu.

* Com cerca de 8 milhões de torcedores, uma marca conhecida mundialmente e um potencial de geração de caixa fantástico, é totalmente viável.

* Tem uma estrutura administrativa com altíssima governança corporativa, em linha com as melhores práticas de gestão do mundo dos negócios.

* É dono de um CT de classe mundial, ativos imobiliários que valem centenas de milhões de reais e uma arena bilionária prestes a ser inaugurada.





Ou seja, não será uma proposta qualquer, sei lá, de 50 milhões de reais mais uma recuperação judicial no próprio lombo que seduzirá a diretoria do Clube e os tais 4 Rs (Rubens e Rafael Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães).

Aliás, se alguém imagina que estes megaempresários e banqueiros entregariam o Galo a troco de banana, como fizeram outros por aí, é porque não conhece a história desse pessoal e o amor incondicional que têm pelo alvinegro das Alterosas.

Além do mais, lembremos, há um executivo do nível de Bruno Muzzi; uma consultoria chamada EY; um escritório de advocacia como o Azevedo Sette e uma diretoria executiva com nomes como Sergio Coelho e José Murilo Procópio à frente de tudo. 





Mas não só. O Atlético conta com um Conselho Deliberativo de altíssimo nível e extremamente participativo, e qualquer proposta lesiva ou aquém da grandeza do Galo seria prontamente rechaçada. Daí, portanto, tanta demora, cuidado e atenção.

Se o negócio com Peter Grieve não sair, outras propostas se encontram em estudo, já que a exclusividade terminou. Pessoalmente, tenho um sonho de SAF para o Galo e, como eu, tenho certeza, milhões de outros torcedores também. Preciso dizer qual? Acho que não, né?