Ontem, eu escrevi uma coluna e citei a genial e imortal banda inglesa de rock progressivo Pink Floyd, ícone da minha geração e que encanta multidões por todo o mundo até hoje. A imagem que usei para ilustrar o texto veio do Youtube, e por isso, graças aos onipresentes e onipotentes - já já oniscientes também - algoritmos, minha timeline passou o dia inundada por vídeos do Roger Waters, David Gilmour e o próprio conjunto. Na boa, às vezes a saudade é um troço difícil demais de suportar, e não sei o que dói mais: se as lembranças dos vinte e poucos anos ou a falta da minha mãe.
Sim, falo dela agora porque estou ouvindo “Mother”, e se um humano com mais de dois neurônios em perfeito estado de conservação ainda não ouviu essa música, acreditem, não apenas não sabe o que está perdendo como é irrecuperável o tempo que perdeu. A letra, a melodia, os solos de guitarra, o compasso meio angustiante, a história, o tom choroso… O melhor é que serve a todos os tipos de almas penadas, perdidas entre as emoções e as fantasias, de filhos (órfãos ou não) a pais, passando por qualquer um que tenha a capacidade de olhar para dentro e aceitar o vazio brutal que nos habita.
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Passo por um momento pra lá de interessante - e desafiador para mim - com minha filha, e só eu sei a dor (passageira) que estou sentindo. Não à toa começar este texto por um motivo, ou uma desculpa, e terminar assim, falando não da minha mãe e dos meus medos, mas da minha filha e… dos meus medos! Sempre eles.
Passo por um momento pra lá de interessante - e desafiador para mim - com minha filha, e só eu sei a dor (passageira) que estou sentindo. Não à toa começar este texto por um motivo, ou uma desculpa, e terminar assim, falando não da minha mãe e dos meus medos, mas da minha filha e… dos meus medos! Sempre eles.