Da mesma forma que ainda não inventaram almoço grátis, não inventaram soluções fáceis para problemas complexos. Após o novo acidente que vitimou o piloto e deixou uma passageira em estado grave (pai e filha, aliás), ocorrido à cabeceira da pista do Aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, o debate sobre o que - e como - fazer a respeito das operações de pouso e decolagem voltou à tona.
Estamos falando de um equipamento público de 80 anos de existência, que formou mais de 85 mil pilotos e que presta um serviço socioeconômico da maior relevância para a cidade e o estado. Equipamento que chegou muito antes dos cidadãos que vivem, trabalham e circulam pelo local, e que serve como “ponto” de manutenção de aeronaves e pátio para as operações de aeronaves da polícia e do corpo de bombeiros, por exemplo.
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NADA DE PRECIPITAÇÃO, POR FAVOR
Para mim, uma coisa é certa: no calor do momento não se deve tomar nenhuma decisão irreversível. É necessário um debate amplo com os moradores, o poder público, os especialistas, o pessoal da aviação civil e todos os demais envolvidos, porque alguma providência, é claro!, tem de ser tomada imediatamente. Qual? Bem, aí é com os universitários. Estou há anos-luz de ser capaz de opinar corretamente a respeito.
Se decidirem seguir no sentido da manutenção do aeroporto, que medidas adicionais de segurança sejam implementadas o quanto antes. Se a decisão for a transferência para a Pampulha, ou qualquer outra solução de mudança, que a viabilidade econômica e de operação seja garantida. E que o destino da área desocupada seja muito bem pensado, pois ideias exóticas é que não faltam, ao contrário, abundam à exaustão.
Em princípio, salvo melhor entendimento futuro, a ideia do prefeito Fuad Noman de edificar um conjunto habitacional não me parece a melhor saída. A região não tem infraestrutura urbana para mais moradias. Não há água, esgoto, ruas, avenidas etc. Repito: não há solução fácil para problema difícil. Que os responsáveis pensem muito bem - e estudem tecnicamente o bastante - antes de produzirem efeitos irreversíveis.