Jornal Estado de Minas

RICARDO KERTZMAN

Aniversário do mito: e aí, Bolsonaro, valeu a pena?



Não sou dos mais entusiasmados com aniversários. Detesto a ideia de envelhecer, ainda que a alternativa seja pior. Por isso, quanto mais queridos ao meu redor, mais alegrias, mais cerveja e torresmo no dia do niver, menos a deprê me pega. 





Hoje é aniversário de Jair Bolsonaro, o ex-verdugo do Planalto, e daí me peguei pensando a respeito: que merda! 

Sim, porque na condição de autoexilado, sozinho, odiado por mais da metade de seus compatriotas, morrendo de medo de voltar ao país e ser preso, vamos combinar, não é o aniversário dos sonhos, não. 
O amigão do Queiroz só terá (virtualmente, pela internet) a esposa Micheque, ops, Misheik, ops outra vez, Mijoia, enfim, Michelle na tela do seu celular. E talvez, não sei ao certo, o arruaceiro digital, travestido de vereador, Carlos Bolsonaro, vulgo Carluxo. Se pagar bem, será possível contratar o Mickey e o Pateta, ou quem sabe, os Irmãos Metralha, hehe. 

O cara recebeu um presente do destino (sua eleição) e atirou no lixo. Conseguiu ser o primeiro presidente a perder a reeleição desde a redemocratização do Brasil. Pior. Com sua incompetência e desumanidade, conseguiu retirar da cadeia e ressuscitar politicamente o chefão petista, Lula da Silva, o ex-tudo (ex-condenado, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro). 
Dilma Rousseff, nossa eterna estoquista de vento, diria: “répi bordei tuiu”. Eu não digo nada! Desejo um aniversário digno de quem tentou um golpe de Estado e ajudou o coronavírus a levar embora 700 mil brasileiros. Ou seja, um aniversário fúnebre e indigesto.