O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, deu aval à sua equipe e autorizou o prosseguimento do pedido para o estado receber da União o aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, conforme tratativas em andamento desde 2022 na SAC (Secretaria de Aviação Civil), paralisadas no ano passado por conta das eleições, porém nunca arquivadas.
Cumprindo determinação do governo federal, expedida na administração Jair Bolsonaro por ordem do então ministro Tarcísio de Freitas, hoje governador de São Paulo, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, assegurou o encerramento das operação do CP e requisitou a área para edificação de parque e moradias populares.
BASTIDORES
A Associação Voa Prates, formada por pilotos, empresários, escolas de aviação e outros interessados na manutenção do equipamento, conseguiu mobilizar grande parte da sociedade civil e do mundo político para, acertadamente, lutar pela manutenção deste importantíssimo aeródromo em operação há 80 anos.
Nos últimos dias, uma ampla frente parlamentar se mobilizou em Brasília, para pedir ao Ministério dos Portos e Aeroportos, sob gestão do Ministro Márcio França, a suspensão temporária do fechamento até que uma solução definitiva, no sentido da manutenção do Carlos Prates, seja encontrada.
BH E MG JUNTOS?
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AEROPORTO
O Aeroporto Carlos Prates é um importante polo de aviação, que forma cerca de mil pilotos por ano e recebe empresas de manutenção, escolas de pilotagem e é utilizado ainda pelas polícias e corpo de bombeiros, para treinamentos e outras atividades relacionadas ao atendimento de socorro da população mineira.
Questiona-se muito a segurança do aeroporto e de suas operações de pouso e decolagem, mas os números mostram que o equipamento atende às melhores práticas mundiais, tendo observado 4 mortes em solo desde sua inauguração, mesmo contando com 85% de seu movimento ligado às aulas de pilotagem.
BOM PARA TODOS
O Voa Prates, em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), possui um projeto de utilização completa da área onde, além das operações atuais, escolas do SESI e SENAI serão implantadas, e o hospital Alberto Cavalcanti se tornará referência nacional em transplantes de órgãos.
No quesito segurança, o projeto prevê medidas como a ampliação da pista (área de escape) e/ou instalação de redes de proteção nas cabeceiras. E o melhor dessa história: nenhum dinheiro público será gasto, já que a iniciativa privada será responsável por todos os custos e a operação futura. É o famoso “ganha x ganha”, tão raro de se ver no Brasil ultimamente.
Até o fechamento dessa coluna, o prefeito Fuad segue trabalhando no intuito de atender da melhor forma a portaria do Ministério, que prevê o fechamento do aeroporto, bem como no sentido de minimizar os impactos negativos ao setor de aviação local. A bola, agora, está com os entes federativos. No que concerne a BH e MG, todos os olhos seguem voltados para Romeu Zema e Fuad Noman. E aí, senhores: “abre” ou fecha?