Milhões de belo-horizontinos, usuários do transporte coletivo da cidade, tomaram um susto daqueles ontem (30/3), quando a notícia do aumento da passagem, para quase 7 reais, começou a circular pela imprensa local, no final da tarde de quinta-feira. Os telefones das redações não pararam de tocar, e um verdadeiro pânico foi o que se viu.
Imediatamente entrei em contato com o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, que me garantiu que “a possibilidade deste aumento é zero”! Muito irritado, culpou a Setra (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros) pelo que chamou de “irresponsabilidade" ao comentar tal reajuste, jamais ventilado por ele.
Câmara Municipal de Belo Horizonte), um remanejamento do orçamento a fim de permitir novo repasse (subsídio) às empresas de ônibus, no montante de 431 milhões de reais, segundo ele, em complemento ao projeto 442, de autoria do Vereador Gabriel Azevedo.
Fuad também explicou que encontra-se para a aprovação, na CMBH (Por fim, o prefeito garantiu que não haverá qualquer aumento dentro do mês de abril, ainda coberto pelo subsídio aprovado e válido até 31 de março. Fuad acredita que, no decorrer do mês, conseguirá fazer andar e aprovar, em conjunto com os vereadores e empresários, a nova modalidade de tarifação, por quilômetro rodado, conforme o projeto citado.
CMBH
Também conversei com o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo, que igualmente irritado com a situação culpou a prefeitura de Belo Horizonte pelo o que vem ocorrendo. O vereador, com inteira razão, lembrou que vem “gritando sozinho há meses”, alertando o prefeito, os empresários e a sociedade para o fim do prazo do subsídio aprovado.
Gabriel explicou o motivo da recusa do projeto 464/22, enviado pela PBH, que pedia a extensão do subsídio em 40 milhões de reais. Segundo ele, o projeto é inconstitucional e por isso foi barrado pela Comissão de Legislação e Justiça da Câmara. E lembrou, ainda, que foi o responsável por prorrogar, de dezembro de 2022 para março de 2023, o atual subsídio.
COMO FICA
Os contratos em vigor mantêm as passagens inalteradas até pelo menos dia 30 de abril. Daqui ao fim do mês que vem, PBH, CMBH e empresários de transporte precisam “acertar os ponteiros” e começar vida nova. Porém, conforme o vereador Gabriel, “de forma que o dinheiro do cidadão finalmente seja respeitado, e o serviço entregue seja bom e honesto”.
Há um, digamos, “ente” nessa história toda, que precisa ser olhado e cuidado: o usuário do transporte coletivo. São milhões de cidadãos que já passam dificuldades gigantescas todos os dias, de ordem financeira e de locomoção, muitas vezes em condições desumanas, para estudar, trabalhar, se dirigir a hospitais, enfim, se locomover pelo trânsito infernal da cidade.
Portanto, virem-se senhores do executivo e legislativo de Belo Horizonte! Façam valer o voto de quem lhes confiou a missão de, dentre tantas necessidades, promover transporte público de qualidade, e a um preço justo.