Foi uma jornada épica de sangue, suor, lágrimas, dedicação e muito, mas muito amor. Do impossível a 15 de abril de 2023, passaram-se nove anos e quase seis meses. Muita gente boa e querida chegou, e muita gente boa e querida se foi.
No meio do caminho, entre a dor e a frustração de dezembro de 2013, no Marrocos, e a gloriosa manhã deste sábado passado, inimigos inimagináveis postaram-se aguerridos contra o sonho de um grupo de obstinados e abnegados atleticanos.
INIMIGOS À VISTA
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Dentre os inimigos inimagináveis, um atleticano notório, com grande influência, que no uso do Poder fez o possível e o impossível para impedir, atrasar e encarecer ao máximo a conclusão do estádio alvinegro, por puro recalque.
DISCURSOS
Nos discursos proferidos durante a cerimônia de inauguração, sem qualquer menosprezo e desconsideração aos demais, duas passagens me chamaram sobremaneira a atenção. O prefeito Fuad Noman disse: “Agora este Galo tem um terreiro”.
Sim. É isso! O Galo tem um terreiro, o seu terreiro, e ganhar do Atlético em sua casa será tarefa duríssima para qualquer clube do Brasil e do mundo. Fuad, um grande atleticano que tem feito o possível para colaborar, marcou um golaço.
EMOÇÃO
Eu recebi dezenas de mensagens e fotos (no WhatsApp) de gente muito querida, na Arena, emocionada com o que estava vivendo. E sempre que havia crianças nas fotos, eu chorava feito bebê, imaginando o tamanho daquele dia para todos.
Essas crianças - e seus pais - jamais esquecerão essa data. Assim como eu jamais esqueci a primeira vez que assisti a um jogo do Galo no Mineirão. É uma memória eterna, que ficará para sempre marcada na vida de muitas famílias atleticanas.
ETERNIDADE
E é sobre eternidade minha reflexão final. É sobre eternidade a segunda passagem que me chamou a atenção nos discursos. Renato Salvador, um dos 4Rs, definiu: “a Arena é o passaporte do Galo para a eternidade”. Perfeito!
Freddy Mercury é eterno. Einstein é eterno. Pelé é eterno. Para os atleticanos, os 4Rs são eternos. Sergio Coelho e Dr. José Murilo Procópio, também. Seus nomes se fundiram para sempre com a história do Clube. Não precisam de símbolos, pois símbolos de si mesmo.
ENCERRO
Mas há outro nome, senão anônimo, porque de anônimo não tem nada, menos emblemático, e por isso precisa de representação (sempre os símbolos!!). E aqui faço um apelo aos 4Rs e a toda diretoria do Atlético:
Uma placa enorme, visível, linda, ou um busto como antigamente se fazia em homenagem aos grandes nomes, ou ainda uma estátua - não sei, que alguém pense e descubra a melhor forma. Mas encontrem uma maneira de homenagear, na dimensão e importância que merece, Bruno Muzzi. Daqui a vinte, trinta, quarenta anos, todos terão de saber quem ele foi.