Em pouco mais de 100 dias de governo, o presidente Lula fez muito pouco, ou quase nada, de prático. Nenhuma grande mudança, ou novidade, no campo da política ou da economia aconteceu. A inflação cedeu alguns pontos, o dólar caiu frente ao real, o desemprego recuou um pouquinho. Ou seja, ainda que ligeiras, as notícias não foram ruins.
Nesta quarta-feira (19/4), contudo, o instituto mineiro de pesquisas Quaest, do professor e cientista político Felipe Nunes, divulgou sua mais nova pesquisa nacional sobre o governo Lula, e os números são de assustar qualquer petista. Nem tanto pela queda de aprovação (40% para 36%), mas pela subida vertiginosa da não aprovação (20% para 29%).
Debatendo o assunto com meus colegas de bancada do programa Conversa de Redação, da Rádio Itatiaia, chamei a atenção para dois fatos. O primeiro, que os números são muito consistentes e apontam na mesma direção em todos os cortes (renda, sexo, escolaridade, região etc.), mostrando que a tendência é realmente negativa para o governo.
Segundo, e creio ser a explicação para o resultado ruim, é a reprovação do comportamento de Lula como presidente da República. Nada menos do que 40% dos entrevistados reprovam a conduta pessoal do chefão do PT (antes eram apenas 29%). Bem como desabou sua aprovação pessoal (de 65% para 53%).
Como fala muito - o que não deve - e faz pouco, meu palpite é que Lula paga não por sua má gestão, mas por sua má comunicação. O jornalista Eduardo Costa, essa semana, no mesmo Conversa de Redação, brincou com a célebre reprimenda do Rei da Espanha, Juan Carlos I, ao ditador venezuelano, Hugo Chávez, em 2007, no Chile.