Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Tarcísio e Haddad, juntos, mostram que Brasil pode ter saída

Quem me conhece ou me acompanha aqui no Estado de Minas e na Revista Istoé, sabe que não morro de amores pelos políticos (o que é bem diferente de ser contra a política, pois fora dela, não existe nada além do que queriam as bestas-feras de 8 de janeiro), nem muito menos me agarro a rótulos ideológicos - direita, esquerda, centro. Minha ideologia é uma só: minhas crenças, minhas convicções, meus valores. E estes, sinto informar a quem se incomoda, são inegociáveis. E para além disso, são ditados pela realidade e pelo que entendo ser o bem comum.





Nunca me identifiquei com a chamada esquerda. Nunca me identifiquei com a chamada direita. Tampouco me identifico com o chamado centro. Isentão? Não, cara pálida! Autônomo, uno, independente. Não preciso de rótulos, não aceito caixas. Sou aguerridamente favorável à união civil de casais do mesmo gênero. Isso é bandeira de esquerda? Tô me lixando. Sou aguerridamente contrário à legalização da maconha. Isso é bandeira de direita? Tô me lixando. Sou aguerridamente combatente de populistas que considero corruptos (Lula e Bolsonaro, por exemplo). Isso me tornaria “de centro”. Hahaha… Tô me lixando.

ESQUERDA RESPONSÁVEL

Custo a acreditar no que escreverei agora, e faço com certa alegria: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até o momento (até o momento!!) vem se comportando de forma exemplar - dentro das minhas convicções - em busca de equilíbrio fiscal e modernização da economia. Poucas vezes, ou nunca, talvez, assisti a um político ou governante “de esquerda” com tal comportamento. Se isso é a tal “esquerda moderna”, fico muito feliz em conhecê-la e dou sinceras “boas-vindas”. O arcabouço fiscal desenhado pelo governo, se não é a solução para todos os nossos males, é muito bom dentro do possível.

DIREITA RESPONSÁVEL

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, a mim me parece um caso crasso de bem-sucedida autopromoção. Seus feitos (reais) são muito menores que o imaginário coletivo. Com sua imagem, até então, e ainda, associada ao bolsonarismo, aqui e ali começa a dar sinais de afastamento. Sua gestão frente ao governo paulista dá mostras inequívocas de comprometimento com as práticas econômicas liberais - com as quais eu comungo - sem, por ora, desconsiderar a importância das questões sociais. É essa “direita” que eu gostaria de ver assumir o protagonismo no País, e não a turma que bate continência para quartel e canta hino nacional para pneu em nome de lemas e jargões fascistas.





RICARDO RESPONSÁVEL

Há um ano (e dois dias), em 4 de julho, no Independence Day (dia da independência nos EUA), uma chave virou dentro de mim. Hoje, 367 dias depois, uma nova torção, mais um giro, venha lá o que vier. O Leo - aquele de sempre, hehe - diz que o retorno ao indivíduo anterior é impossível. Tomara. Mas, ainda que com a contundência, e às vezes, admito, os excessos (grosserias), um novo autor toma lugar. Se Haddad e Tarcísio podem progredir e convergir, eu também posso. “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós, e que a voz da igualdade, seja sempre a nossa voz”.