Jornal Estado de Minas

DA ARQUIBANCADA

Empate com gosto de esperança para os sonhos do América



Zaga mal postada, goleiro de seleção, saudades do Ribamar e Ademir fazendo pouca fumaça. Esta primeira frase é para te chamar a atenção, mas deixo esse papo mais para frente. Bom, se na guerra existe a trégua, acredito que torcedor e time podem se conformar com esse status, por ora. Por mais que o Grêmio esteja agonizando como nós, o tricolor gaúcho é um campeão mundial, gigante da América e a gente conseguiu ser melhor do que eles (e foi lá).



O resultado significou pouco em termos de pontuação – em pontos corridos, só vitória mesmo para escalar de verdade. Mas o empate é simbólico, tem impacto emocional e nos dá alguma casca para encarar o que vem por aí. O pior mesmo foi a deprimente derrota para o Sport, em BH. Agora, pensando de forma isolada, este 1 a 1 nos faz respirar um pouco. Quase ganhamos dos ex-selecionáveis Rafinha e Douglas Costa. E olha que só a vitória interessava a eles.

Embora não tenhamos mudado tanto nossa condição e sigamos na UTI da tabela, ao menos tivemos algum indício de que ainda dá tempo de reorganizar e correr atrás do prejuízo para ter chances de sair do Z-4 de vez. Aliás, é triste pensar pequeno, mas o nosso título mesmo é não cair. Um 16º lugar é para fazer carreata na Savassi (de máscara, e sem aglomerar, é claro).

O tom pode ser positivo, ou até de certo alívio, mas precisamos pontuar algumas questões sobre o time. Não me agrada mesmo a formação com três zagueiros, sendo que eles estão abrindo demais nas laterais, desprotegendo o meio e deixando um buraco imenso. É um Deus nos acuda toda vez que vem um contra-ataque. Além disso, eles estão sendo obrigados a armar o jogo e com pouquíssima aproximação dos volantes. (Volta, Zé Ricardo!).



Acredito também que o inquestionável craque Ademir, enquanto estiver com contrato com o América, deve ser utilizado com o peso do jogador que é. Em qualquer empresa é assim: se você está recebendo, tem a obrigação de ser utilizado e fazer por onde. Fumaça demais para pouco fogo geralmente dá errado e a gente está precisando de alguém para esquentar o jogo.

Outras apostas, como Chrigor, que veio do Bragantino, ainda precisarão de tempo para que analisemos melhor. Mas vamos confiar. No caso dele, me parece um jogador aguerrido e dedicado. Uma pena, de toda forma, que Ribamar tenha se machucado. Espero que volte o quanto antes, pois estava incomodando demais as zagas adversárias.

Em mais uma atuação de goleiro de seleção, Cavichioli nos mostra que no gol estamos muito bem servidos. O que me preocupa mesmo é uma zaga que parece bater cabeça com um aparato e recurso técnico de mediano para fraco. No mínimo, precisaríamos do Messias ali para ter uma defesa de fato com cara de Primeira Divisão. Nunca vou entender a saída dele!

Agora, o que resta é aproveitar mais uma semana para treinar e acertas as arestas. O último jogo mostrou que é possível tentar uma vitória contra o Atlético-GO fora de casa. O América precisa mesmo é da nossa energia positiva e fé, mais do que nunca. Uma hora embala, espero.






audima