Como é bom começar a semana, finalmente, com três pontos na conta. Como colunista – acredite, torcedor –, a minha angústia é dobrada, principalmente quando dou um crédito ao time, compro a briga e praticamente te convido a acreditar também, como fiz na semana passada. Ufa, deu certo.
É bom demais saber, com todo alívio merecido, que a previsão deste modesto cronista foi acertada. Sim, os empates anteriores, principalmente contra o Grêmio fora de casa, demonstraram o que se confirmou agora: estamos evoluindo, ganhando forma e vamos sair da degola.
Mas hoje é mesmo dia de curtir esse gostinho saboroso que é ganhar de um grande do futebol brasileiro, um time com alguns medalhões consagrados e com boas revelações de base. A verdade é que a experiência de Fred, Nenê e Ganso não foi suficiente para abater nosso Coelho na nossa arena. Aqui não, Fluzão!
O que mais me deixa animado é que, finalmente, o sistema defensivo mostrou robustez e alguns erros infantis pararam de ocorrer. João Paulo na lateral esquerda me agrada bastante. Com ele, ganhamos em combate ofensivo e uma casca maior para cobrir a zaga. Ainda acredito que Zé Ricardo e Juninho devam ser peças mais usadas, mas vou seguir dando crédito para o projeto do Mancini.
Eu acho mesmo que, após uma vitória dessas, não cabe citar nomes nem crucificar ninguém. Deixemos isso para o torcedor corneta que, com todo direito, pode dizer o que quiser nas redes sociais ou no estádio. Mas, cá entre nós, tem de ser sempre com sofrimento, ou não é América, hein?
Perdemos gols imperdíveis e, por sorte, dessa vez a “bola não puniu”, como diria a crônica esportiva de outrora. Tivemos três ou quatro oportunidades de matar o jogo, mas, mesmo assim, precisamos ainda passar por um teste de cardíaco no último lance. Um toque faltoso dentro da área ou um gol bobo de escanteio teriam colocado tudo por água abaixo em segundos.
Que bom que os deuses do futebol estavam conosco, mas que fique a lição: não precisa ser sempre no sofrimento! Necessitamos, agora, aprender a ganhar de forma natural, ou seja, fazer a superioridade ser revertida em gols e mais tranquilidade. Mas, ok, não se pode reclamar, fizemos o dever de casa bem-feito.
O próprio Mancini, que me parece muito pé no chão, afirmou em entrevista pós-jogo que ainda são necessários alguns ajustes. E que bom que ele tem essa consciência, pois é justamente reconhecendo as limitações, e o real potencial de melhorarmos, que esse time vai sair do Z-4 para não voltar mais. Não tenho dúvida de que ascenderemos na hora certa.
Ainda é cedo para sonhar, mas se nosso título mesmo é a permanência na A, seremos então “campeões”. Nada melhor do que correr por fora e crescer no momento certo da competição. Quem sabe, beliscar uma Sul-Americana? Acredita, América!