É a segunda vez que a gente já vê esse filme neste dia da semana, o dia internacional da labuta e da dieta. E foi mesmo tudo de segunda: segunda à noite, jogo de segunda (divisão). Talvez o time tenha tido um rendimento mesmo é de terceira, sejamos justos. Mas, antes, eu queria realmente saber o motivo de o América ser um dos times que mais dá o azar de cair nessa janela horrível da rodada com jogos nesta data e horário.
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Mais do que vencer, o América convenceu e nos enche de esperançaAinda não foi desta vez, mas o América está perto da reaçãoEmpate com gosto de esperança para os sonhos do AméricaVamos a uma breve análise, então. Em um confronto de nível técnico deprimente, com mais de cem passes errados pelas equipes no total, América fez o que “melhor” sabe fazer quando tudo parece ser favorável: reverter vantagens e uma aparente tranquilidade em obstáculos imensos.
Quão sofrido é ser americano. Parece não ter cura. E nem sei se a gente quer curar – Freud explica. Era um jogo mole, mole que, em um passe de mágica, virou duríssimo. Uma pelada que, nem de longe, me fez lembrar as boas disputas que tivemos contra eles ano passado na Segundona. Tudo favorável, até mesmo o VAR, que dessa vez foi, no mínimo, justo com a gente.
Mas se há algo que o time conseguiu foi inverter o ditado e fazer de uma limonada deliciosa e refrescante (olha o calor voltando!) um limão para lá de amargo, bem morno e verdinho musgo, igual a esse uniforme da Chape, que virou historicamente uma pedra no nosso sapato, ou melhor, na nossa chuteira.
A tragédia poderia ter sido ainda pior se não tivéssemos empatado no final. Que benção. Por alguns bons minutos, me conformei e sentei para escrever a coluna já com a derrota na conta. Queimei a língua no segundo parágrafo, quando empatamos. Tirei a palavra derrota do texto, mas nem de longe estou me sentindo vitorioso com este resultado blasé.
Aliás, um ponto é sempre um ponto fora de casa, só que convenhamos: contra esse fraco e quase entregue time da Chapecoense, jogando com um a menos, o América tinha a obrigação moral de ter vencido essa partida, e com propriedade.
A verdade é que não jogamos 10% do que jogamos contra o Fluminense, quando dominamos o jogo e vencemos com mérito. Pouca muda na tabela, mas algumas lições, ou insistências, seguem latejando na minha cabeça. Zé Ricardo e Juninho, que eram símbolos em 2020, viraram meras peças coadjuvantes, dando lugar a jogadores que pouco fazem diferença ou, às vezes, até atrapalham.
Nosso calvário pelo jeito será até o final do campeonato, ponto a ponto, até que, na última rodada, teremos uma última chance para não cair. E aí, você já sabe, torcedor, não é que a sorte seja uma companheira inseparável do América. Por isso, todo alerta é pouco.
O time de Mancini, que pouco ameaçou hoje e se mostrou levemente apático, sem aquela garra de vencer, precisa urgentemente entender que não dá para deixar pontos importantes irem pelo ralo. No final, meio ponto faz diferença. E, em se tratando do nosso querido Coelho, até um gol no saldo ou um cartão amarelo a mais são capazes de definir o nosso destino. E que dessa vez ele seja mesmo é de primeira! Saudações americanas e vida que segue. Mas que dia chato é segunda-feira.