A Segundona é logo ali... Já podemos ir nos acostumando? Ainda falo em tom de pergunta, mas, se continuarmos nessa toada, em poucas rodadas nos juntaremos à Chapecoense e seremos o segundo time com queda sacramentada, mesmo a várias rodadas de o campeonato acabar.
Aliás, nem mesmo o primeiro turno acabou e o torcedor do América que se preza – sempre desconfiado, sofrido e traumatizado – já começa humildemente a quase aceitar que, no ano que vem, uma longa e velha conhecida Série B nos espera. Bom, eu falo isso sempre no calor da derrota e com aquele clubismo que me assalta o coração e a boca, mas, lá no fundo, quero queimar a minha língua, ou até meu corpo inteiro.
O que não me conformo é que a segunda-feira virou mesmo um dia péssimo. Pelo menos foram assim as últimas duas ou toda vez que o América joga nessa data, que é, de longe, a pior do futebol entre todas as possíveis. E parece que a maldição realmente dá as caras toda vez que o Coelho joga no Horto nesse dia.
É muito mais culpa deste time morno e desarrumado, ainda sem personalidade, sem padrão de jogo, e que me parece uma grande juntada de jogadores aleatórios. Mas eu ainda fico cabreiro em pensar por que colocam o América para jogar tantas vezes, e em sequência, nesse horário e nesse dia que de alegre não tem nada, depois que toda a rodada já rolou e sempre precisando correr atrás do prejuízo.
Sem contar que, sem torcida (mais uma vez ficamos atrás dos rivais), fica ainda pior o clima macabro e deprimente desses jogos no dia internacional do trabalho e da dieta. Sobre o time, eu vou deixar mais uma vez para os torcedores caírem matando a pau em certas peças e no técnico, com todo direito e linguagem que quiserem, nas redes sociais.
A gente cansa de chegar aqui e repetir o que foi dito várias vezes sobre a escalação, aproveitamento, escolha de jogadores e esquema tático. Deixemos essa missão para a sábia, e “sincerona”, análise dos saudosos decatorcedores.
Hoje, eu estou mesmo mais para entregar a peteca. Resolvi aceitar que não dá, que a Série A não é nosso lugar, embora isso esteja ocorrendo porque nunca na Primeirona nos dispusemos a montar uma equipe, com um projeto certo para ficar. E assim seguimos repetindo os erros do passado. E há horas mesmo que é só quando a gente “deixa ir” que talvez alguma mudança mais brusca, drástica ou um choque de impacto ocorre. Se eu tenho a solução para este momento? Honestamente, como eu gostaria de ter, caro torcedor.
O que posso desejar, do fundo do meu machucado coração americano, é que alguém compre essa briga, faça as contas, chame psicólogo, astrólogo, vidente e benzedeira, e que o grupo faça um pacto de sangue para conseguir sair dessa situação, com um envolvimento em conjunto e, também, um pouco de sorte.
No fundo, a gente sabe que ainda é possível, o que desanima mesmo é esse futebol de quem não quer nada com nada, sem eficiência, que vende fácil demais uma derrota. Mas sabe o que eu tenho certeza? De que dessa forma a gente encontra o Cruzeiro na B do ano que vem, ou, se eles fizerem algum milagre, a gente volta mesmo é a representar Minas ali, naquele lugar que, por acaso, destino ou sina, parece que nunca gostamos mesmo de sair. Uma pena, mas amanhã há de ser outro dia. Para nós, americanos fiéis, sempre foi assim. Doeu, passou.