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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Vitória mostra que o América pode - e vai - ficar na Série A

Triunfo sobre o Ceará finalmente trouxe um Coelho encaixado, com raça, técnica e organização tática fundamentais


31/08/2021 04:00 - atualizado 31/08/2021 07:28

No 2 a 0 sobre o Ceará, no Independência, o Coelho jogou o 'feijão com arroz', mas de uma forma que animou a torcida(foto: RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS)
No 2 a 0 sobre o Ceará, no Independência, o Coelho jogou o 'feijão com arroz', mas de uma forma que animou a torcida (foto: RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS)


Doeu ver nosso ex-xerife com a camisa do adversário, mas a verdade é que preto e branco não caiu tão bem nele. Messias tem a cara do América e, quem sabe um dia, os deuses do futebol o façam voltar. Tampouco o zagueirão conseguiu jogar à altura de suas atuações no Coelho, onde carrega três acessos, um Mineiro e uma campanha histórica na Copa do Brasil. Todo respeito.

Falemos do jogo. Você pode pensar que é superstição, mas como é bom não jogar segunda à noite e entrar no Independência na manhã de um domingo alegre, com a grama naquela cor verde vibrante reluzindo um pouco de esperança. E que bom que Fabrício Daniel sentiu essa vibe e decidiu nossa vida, proporcionando um tranquilo (e raro) começo de semana no coração machucado do americano.

Quando o time joga bem e se encaixa, se mostra organizado e cascudo, com força tática, técnica e, além de tudo, com sangue nos olhos, precisamos mesmo reconhecer. Foi assim o Coelho contra o Ceará, e o placar de 2 a 0 poderia ter sido maior. Deu tudo certo. Fizemos o famoso feijão com arroz, mas, desta vez, com as peças ideais. Nosso eterno Juninho sempre agrega, seja na vontade, no fator emocional ou na parte tática, com um maestro que atua como curinga o jogo todo.

Marlon, novidade na lateral, mostrou que no futebol moderno é preciso muita disposição, aliada com técnica e agressividade nas pontas. Já se foi o tempo de laterais burocráticos que só marcam, cruzam às vezes e tocam a bola para o lado. O garoto mostrou personalidade e incomodou com habilidade o canto direito do time nordestino. A zaga também se mostrou sólida.

Na frente, Ribamar deve ser citado como destaque. Em sua volta, mostrou que é um centroavante clássico, daqueles brigadores, que nunca se omitem no jogo. Não vou desmerecer a atuação dele por ter perdido um pênalti, não seria justo. O folclórico atacante já mostrou que é o dono da camisa titular lá na frente. Bom presságio também foi a estreia do colombiano Berrío, que entrou no final e me pareceu realmente um jogador de nível.

O time vai ter quase duas semanas para treinar agora, até voltar ao campeonato contra o Atlhetico Paranaense, no primeiro jogo do segundo turno, em casa, dia 11 de setembro. O adiamento do jogo contra o São Paulo, que seria no próximo sábado na capital paulista, caiu bem para o momento. Teremos a oportunidade agora de ganhar outro jogo no nosso campo, após uns bons dias de treinamento e descanso com viagens.

Tudo indica que ainda é possível escalar na tabela até que seja seguro falar que não vamos cair, só que este será um desafio galgado jogo a jogo. Na próxima semana, faremos as contas e analisaremos as reais possibilidades para o Coelho no campeonato, pontuando os adversários diretos e tudo que o América realmente precisa fazer para se manter na A. Segue o baile, nação, nada está perdido.



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