Euforia, oba-oba, salto alto. São algumas palavras e expressões que podem ilustrar no futebol a virada de chave das equipes que estão bem e, de repente, entram em uma espiral de queda novamente. As flores estavam durando demais até que, infelizmente, vieram os espinhos.
Vamos seguir naquela toada de não tratar o América como vítima, mesmo porque é um time grande e consolidado na Série A de 2022. Mas também não tem como deixarmos passar aquele assalto do pênalti que resultou no segundo gol do Fluminense e decretou nossa derrota no maior palco do futebol brasileiro, o Maracanã.
As imagens são tão claras que talvez palavras nem importem. Garanto aqui, no entanto, que o zagueirão do Coelho não encostou no atacante do Flu, dando uma impressão de que ele tropeçou. Até aí, tudo bem o juizão confundir. Agora, depois que o VAR entra em ação, deixando extremamente claro que não foi, não faz o mínimo sentido a confirmação do pênalti.
Sem gracinhas e meio sem jeito, comentaristas do Plim Plim chegaram a dizer discretamente que “daria para dar e daria para não dar”, como se o pênalti fosse algo facultativo. Apático e parecendo ver outro jogo, aquele comentarista mineiro que deveria, pelo menos em tese, tentar puxar alguma justiça para o América, seguiu indiferente e entrou na onda dos isentões. Vergonha, vergonha, vergonha.
Fazia tempo que a gente não vinha aqui falar de erros grotescos de arbitragem, mesmo porque, com o VAR, alguns ficaram impossíveis de serem plantados. Então, o espanto fica pela marcação de uma penalidade não existente, sem margem a dúvidas e confirmada escandalosamente pela juiz, que não quis ver as imagens da cabine. Me fez voltar um pouco no tempo, quando o América era, vira e mexe, alvo dessas picaretagens descaradas e chanceladas pela imprensa clubista global carioca.
Falando do futebol, é certo que não temos argumentos para sermos tão positivos hoje. Semaninha danada, de péssimos resultados, a começar do empate contra o fraco Atlético-GO. Depois disso, parecia previsível uma derrota no domingo. Chegou mesmo aquele ponto do campeonato, com a afunilada e restando quatro jogos, em que é preciso pensar de forma mais agressiva e juntar forças para conseguir objetivos maiores, nem que seja a Sul-Americana.
Há momentos do campeonato em que é necessário avaliar o que não está dando certo, para corrigir no curto prazo. E Marquinhos Santos ainda tem muito crédito com a torcida. É certo que a missão de permanência foi brilhantemente cumprida, mas o torcedor americano quer mais. Afinal, disputar uma competição internacional seria um passo largo na história do Deca.
Não é hora, no entanto, de jogar a toalha. Para esse time de guerreiros, a permanência é pouco (e que bom podemos falar isso!). Pelo esforço e todos os problemas, torcedor e jogador querem mais, e sabe que podem. Todos juntos nos próximos jogos, em energia, torcida e boas vibrações, para fechar o campeonato contra o São Paulo no Independência com chance real de vitória que nos leve a dois lugares: Sula ou Liberta.
Para fechar, não poderia deixar de fazer hoje, exatamente nesta terça-feira, dia 23, uma menção ao aniversário de 70 anos do meu pai, Mário Marcus Machado, grande americano e que me ensinou a amar o Coelhão. Obrigado por me conduzir à estrada deste time que é bem mais que um clube, mas um propósito de vida e um estado de espírito, uma tradição que passa de pai para filho, e a família americana sempre será a mais bonita. Saudações!