Estádio lotado, torcida aguerrida, inferno amarelo e a gente jogando sem vantagem. Mas estávamos de verde e preto (e que camisa linda!). O adversário, de muita tradição na Libertadores, tinha até nome de uma potência. E, sim, são fortes. Mas, Barcelona por Barcelona, o do Equador não foi páreo para o nosso já consolidado América Mineiro – aliás, América só tem um.
E não sou eu que estou dizendo, aliás, não sou só eu. Depois da classificação histórica do Coelho, a lenda do jornalismo esportivo, Juca Kfouri, foi cirúrgica em seu canal e cravou: o Brasil tem apenas um América. E é verdade. Os números dizem, a posição no ranking da CBF (15º) – à frente de Botafogo e Vasco – e a projeção atual no cenário internacional.
Nós somos mesmo o América do Brasil e qualquer outro que venha a existir, ou já exista, será o genérico. Aliás, nós somos o original, assim como o Barça catalão é em relação ao equatoriano. “O América mesmo é este, assim como o Botafogo é o Botafogo e os outros que não são o do Rio devem ser chamados pelo nome da localidade”, foi o que disse Juca, grosso modo.
Aliás, não foi só ele. Milton Neves também se rendeu ao Coelho das Alterosas e foi bem além. Em sua crônica semanal, foi categórico, e até radical, em dizer que “com este América, Minas Gerais não sentirá a falta do Cruzeiro”.
Bom, acho complicado desejar o pior aos rivais e penso que, no futebol, tudo muda muito rápido. De toda forma, tirando o fato de que Miltão adora cutucar a Raposa, vejo o lado positivo desta fala.
Significa que, definitivamente, somos respeitados e já considerados, atualmente, a segunda força de Minas. Pelo menos no que diz respeito à gestão, organização, resultados recentes e à situação em que nos encontramos no cenário, hoje (que é o que importa): consolidados na Série A e na fase de grupos da Libertadores. O América fez por merecer e não é mais uma promessa.
A melhor situação da nossa história é agora e não há mais como frear esse movimento. A tal da história de que foguete não tem ré pode ser facilmente aplicada ao Coelhão. Foram tantos anos de sofrimento, que precisamos nos dar ao luxo e reconhecer, vibrar, curtir e nos deliciar com esta repercussão.
Seja o que for desta fase de grupos da Libertadores, eu espero mesmo que tenhamos belos e inéditos jogos no nosso campo (que, aliás, estará devidamente liberado). Queremos enfrentar Boca, River, o que vier. Queremos viver este torneio e esta emoção peculiar. Esperamos não pegar nosso rival local. Afinal, parece que nada dá certo quando jogamos contra eles.
Agora, é aguardar sexta-feira (25/3), quando o sorteio vai decidir o futuro do América na competição. Só sei que serão mais seis jogos garantidos no torneio mais importante do continente. Precisamos de reforços? Sim! Mas ainda defendo que a Liberta é uma batalha de raça e coração e, principalmente, de estádio cheio. Te vejo no Indepa, e tem que ser lotado, Ok? Coelhooo!