Jornal Estado de Minas

DA ARQUIBANCADA

Podemos ser poucos, mas nós, americanos, somos especiais

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Como não conseguirei citar todo mundo, vou abrir esta coluna agradecendo e reconhecendo quem faz este América forte e nunca pulou do barco, nem mesmo quando o naufrágio parecia inevitável: nossas valentes torcidas organizadas, que jamais deixaram a paixão morrer.




Com a força delas, chegamos nestes 110 anos no próximo sábado com a certeza de que, mesmo em menor quantidade, a resistência de cada torcedor americano – principalmente destes de carteirinha – é o que manteve a chama acesa. Hoje, podemos bater no peito e falar com orgulho para todo o país: “Somos Coelho!”.

Já disse uma vez, mas vale reforçar: ser torcedor do América me fez alguém diferente. A começar desta escolha, tomada por um incompreendido grau de paixão, que me obrigou a confrontar meus fantasmas desde cedo. No colégio, éramos no máximo dois em sala de 30 alunos, relutando contra a corrente. A resistência.

Com o América aprendi que o mundo não vai passar a mão na sua cabeça e que o poder de reação deve vir de dentro. Que a multidão vai ser cruel e tentar te calar e, nem por isso, será preciso mudar de opinião. Que é melhor ser raro, escasso, com defeitos e limites, mas autêntico.



Aprendi que a exclusividade tem um preço que poucos podem suportar. E o principal: que a real beleza do esporte está em te fazer superar medos e que os resultados são, em última análise, meros pretextos para histórias inesquecíveis que te moldam como gente.

E foi em alguns clássicos da década de 90 contra Galo e Raposa que tive os primeiros gostinhos de como é bom não ser igual a todo mundo. Vitórias épicas que me mostraram que nem sempre vence o maior, o mais caro ou o mais seguido.

Fazer parte daqueles 6 mil calando 60 mil, na contramão do esperado, me pareceu saboroso demais. Era tarde. Eu já era parte daquilo. Me fiz Coelho, na íntegra. Sim, somos poucos, mas, cá entre nós, alguém já nos perguntou se gostaríamos de sermos muitos?

Parabéns, América! Sua primeira participação na Libertadores já é uma conquista e nos orgulhamos de cada passo que foi dado nos últimos anos. Seguiremos por muitos anos ainda figurando nesta competição, mesmo que não passemos desta fase de grupos.

Com as cores verde, preto e branco, continuaremos pegando o caminho da Rua Pitangui, seja qual for a competição, para te apoiar. Viva a família americana. Nós somos um estilo de vida. Deus salve o decacampeão!