Embora o América tenha sido um dos clubes mais prejudicados pela arbitragem desde que o mundo é mundo, já faz um tempo que tomei uma decisão consciente aqui nesta coluna: escolher falar de futebol e incentivar o Coelho, tão sofrido, a não se portar como vítima, nem virar aquele time reclamão.
E essa estratégia deu certo nos últimos anos. Começamos a protagonizar e a tirar o foco do eterno time que é prejudicado. Focamos no futebol e passamos a ser um dos dez maiores times do país. Até aí, tudo bem. Só que para tudo nesta vida há limite. E dessa vez o limite estourou.
Não vou entrar aqui em méritos de análise pessoal especificamente sobre o Vuaden, mas, desta vez, como diria o pessoal ali de Pitangui (cidade da minha família por parte de mãe): não tem base!
Todo mundo viu, os narradores viram, a transmissão viu, o VAR viu. Quem estava vendo o jogo – e nem entende muito de futebol – também viu a cotovelada. A torcida do Fortaleza comemorou como se fosse um gol a não marcação, pois estava certa de que levariam o empate ali.
Foi pênalti, foi muito pênalti, foi uma agressão com cotovelo, sem disputa, com o zagueiro do América apenas subindo e sendo deslocado pelo golpe. O jogador adversário esquece da bola! Não digo que foi uma agressão violenta, mas sim uma falta clara dentro área, inclusive passível de punição com o cartão vermelho por conta da imprudência.
Nosso zagueiro nem valorizou o lance, como manda a cartilha, apenas caiu após ser acertado – era o mínimo que ele poderia fazer, aliás, não tinha como não cair. Óbvio demais, certo? Tanto que o VAR apontou com clareza e o árbitro precisava, apenas, confirmar. Para que então existe o tal do VAR?
E então, o que ele faz? Vai à cabine, recebe a recomendação de que foi falta, vê em todas as câmeras possíveis como em uma cena de filme do Tarantino, escuta (sabemos que isso ocorre) a opinião dos comentaristas da TV falando que foi sim e pimbaaa, não marca! Volta andando com toda cara de pau possível e, com certo deboche, simplesmente deixa para lá.
E isso muda o resultado do jogo, isso muda a posição do time na tabela e prejudica o trabalho de pessoas sérias durante um ano. Pode acabar com uma temporada, pode influenciar na perda de empregos. Além disso, estraga a festa do futebol, que passa a perder a graça para os torcedores. Tudo bem se o time perder, faz parte, mas acabar o domingo com um roubo desse faz a gente desanimar do futebol, faz a gente não querer consumir o produto mais.
Tirando esta parte, que precisávamos deixar claro: é hora agora de o América se reerguer igual fez ano passado, jogo a jogo. Mancini precisa de crédito para poder trabalhar e o time também. Temos tido algumas boas atuações e muitas vezes a bola simplesmente não entra ou a arbitragem atrapalha.
Vamos reerguer a cabeça e procurar enfrentar o Flamengo (jogo dificílimo) no sábado da melhor forma. Depois, tem uma batalha contra o Botafogo pela Copa do Brasil. Ainda estamos em junho e tem muita água para rolar. É preciso saber sofrer nestes momentos, manter a cabeça fria e tentar se recuperar na hora certa. A torcida está com você, Coelho, vamos que dá! Saudações verde, preta e branca.