Jornal Estado de Minas

DA ARQUIBANCADA

O que o América precisa aprender com Atlético e Cruzeiro



Eu imagino que no Brasil não exista nenhum time com o perfil do América e que tenha dois grandes rivais ao mesmo tempo. Esse triângulo nada amoroso é exclusividade mineira. O engraçado dessa tríade é que a configuração dela muda com o tempo, e muito.





Quem diria que, nos últimos anos, o todo poderoso Cruzeiro, que já chegou a ser maior que Atlético e América juntos, poderia ter chegado ao ponto de ocupar a terceira posição entre os maiores de Minas. Aconteceu e faz parte do jogo.

É interessante lembrar, também, que nas melhores fases do Cruzeiro, o Coelho ainda assim era um time extremamente combativo quando jogava com a Raposa, mas isso se perdeu com tempo. Porém, nos últimos dois anos, conseguimos de novo voltar a incomodar, e superá-los com propriedade.

Havia uma época também em que acreditávamos ser impossível ganhar do Galo. Aceitávamos até uma derrota magra como consolo. E isso mudou? Sim! Depois de alguns jogos duros, e dando muito azar, conseguimos finalmente neste Brasileiro (não foi no Mineiro, hein!) ganhar dos alvinegros. Fizemos quatro pontos contra um deles, em dois jogos.





Mas por que estou falando isso? Todo o contexto é para cravar que, hoje, nós não devemos nada a ninguém, nem tememos nenhum adversário, nem nacional, nem local. Vejam por exemplo a robusta vitória contra o Coringão e o quanto ela mostra que crescemos.

Todavia, por mais que tenhamos melhorado nosso nível, precisamos ficar muito atentos aos erros que os nossos rivais já cometeram, e aos acertos (por que não?) também.

Sobre o Cruzeiro, precisamos deixar claro que a volta à Primeirona coloca de novo Minas no foco, com uma força potente contra o eixo Rio-São Paulo. E nos faz maior do que o futebol gaúcho, já que agora temos três grandes na Série A.

No entanto, é preciso pontuar que, mesmo com o bom trabalho feito, não podemos cair na mesma armadilha que o time azul caiu. Ou seja, nada é tão bom que possa durar para sempre.

Por isso, quando tivermos em um momento ruim, é necessário sair dele rápido. Vejam o quanto custou para o clube celeste esta queda que parecia não ter fim. Precisamos aprender que ser rebaixado não é mais opção.





Em relação ao Atlético, a lição é bem simples: por mais grana que se injete em um clube, com salários extravagantes e jogadores famosos, isso não garante o sucesso. O time do América mostra que gestão, tática, jogadores no lugar certo e com bom custo-benefício também podem ser ingredientes para fazer um time prosperar.

Para não falar apenas dos espinhos, precisamos aprender um bocado com a torcida alvinegra, uma espécie de devoção e presença que reflete muito em campo e faz o time reverter resultados difíceis.

Ainda não chegamos ao ponto, infelizmente, de falar que nossa torcida faz muita diferença no resultado. Mas espero que chegue este dia e verei isso com certeza acontecer. No mais, rivalidades à parte, nós seguimos sendo Minas Gerais e, com muito orgulho, a charmosa parte verde e branca. Vamos, Coelhão!