Jornal Estado de Minas

DA ARQUIBANCADA

Porque o América foi maior que o Atlético mesmo perdendo


Gostaria hoje de falar sobre a fatídica estreia do Coelhão na Sul-Americana, torneio que temos chance real de ir longe. No entanto, o horário do jogo (tarde da noite de ontem) e a necessidade de entregar este texto antes me impedem.



A esta altura, enquanto você lê, já sabemos o que ocorreu ontem. Mas sobre isso a gente fala depois. Acredito que ainda esteja em tempo, e seja necessário, falar do clássico de sábado.

Preciso esclarecer que a vitória do rival não pode ser desmerecida. Aliás, eles a valorizaram muito justamente pela dificuldade de enfrentar este América aguerrido. Não somos mais presa fácil.

Por outro lado, precisamos avaliar os pontos que trouxeram claramente o Coelho de volta como parte do maior clássico de Minas na atualidade. Não há como discutir isso mais. Primeiro, necessário reconhecer que nossa torcida foi em número interessante e, em vários momentos, se sobrepôs em relação a deles. Segundo, embora não tenhamos esta mensuração exata, ficou claro visualmente que estivemos em maior número.

Bom, dito isso, é preciso pontuar também que passamos um segundo tempo inteiro jogando com um a menos e, mesmo assim, diante de uma equipe caríssima e que vai brigar por títulos em todas as competições, conseguimos manter o ritmo e, fosse algum detalhe a nosso favor, poderíamos até mesmo ter vencido.



Infelizmente, a pressão absurda a qual fomos submetidos (natural) com um a menos e um acréscimo “generoso” de sete desnecessários minutos nos tiraram o empate. Aquele gol no fim doeu, mas perder grandes batalhas é parte da dor do crescimento. Espero que fique a lição: em final de jogo, tem que fazer falta, tem que travar. Fomos ingênuos.

Eu tenho certeza, todavia, de que a torcida do Atlético saiu do estádio convicta de que superou um grande time, e que vai protagonizar ainda muitas batalhas contra eles. Com todas as limitações de torcida e depois de tanto tempo como coadjuvante, o América de hoje já carimbou sua condição de protagonista no cenário nacional e, batê-lo, não será para qualquer um.

Nem tudo está perdido? Bom, quase tudo. Ganhar de dois gols de diferença no Mineirão é muito complicado, precisamos ser honestos. Vale ressaltar que este regulamento é extremamente prejudicial para a emoção de uma final e faz o torneio terminar sempre morno.

Essa fórmula está muito batida e dá pouca margem para o time que não fez a melhor campanha ser campeão, já que, frequentemente, ele precisa jogar sempre no prejuízo e ainda terminar o campeonato na casa do adversário, tentando reverter vantagem.

Mas é isso. Todo mundo já viu: o América não é mais o mesmo e o recado está dado. Saudações!