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Estado de Minas

Há um ano, neto perdia avô a caminho do Indepa: conheça a história

Acidente grave em Contagem separou Pedro Avena de seu avô Salim, fiel companheiro e torcedor americano de várias batalhas


10/08/2023 04:00
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'Registrei também no braço uma tatuagem em sua homenagem, que vai ficar marcada para sempre, assim como meu amor ao América e a ele'
"Registrei também no braço uma tatuagem em sua homenagem, que vai ficar marcada para sempre, assim como meu amor ao América e a ele" (foto: Arquivo pessoal/divulgação)

Quando a gente fala de derrota, empate ou vitória, no final das contas isso tudo não passa de detalhes. O futebol é, e sempre foi, agregador de histórias de vida: sobre compartilhar momentos inesquecíveis com pessoas que você ama. A do Pedro com seu avô Salim, americanos de carteirinha e presença, merece ser contada. Infelizmente, o final não é tão feliz. Mas, aqui, vamos focar no significado que ficou.

Pedro e Salim dividiam a paixão pelo América, separados por gerações, e essa é uma das belezas do futebol. Tragicamente, por ironia do destino, foi no caminho a um jogo do Coelho, em 14 de agosto de 2022, um domingo de Dia dos Pais, que eles sofreram um acidente que tirou a vida do avô.

Pedro nasceu de novo, mas uma parte dele ficou para trás, deixando memórias e um coração americano ainda mais verde, preto e branco de paixão, dor e esperança, como é a vida real. Deixo-o contar com as próprias palavras.

“Naquele domingo, almoçamos em família e perguntei onde ele iria assistir ao jogo, e ele não me respondeu, mas me perguntou se eu queria ir ao estádio e eu disse que sim. Passamos na casa da minha bisavó, mãe dele, comemos um doce, e partimos. Em seguida, virando a esquina, postei a nossa última foto, às 16h22. Às 16h42, nossos destinos foram traçados e separados em um grave acidente. Enquanto eu renasci, ele partia dessa vida”.

“Posso dizer, com toda certeza, que o América me proporcionou momentos marcantes com meu avô. Sou muito grato por tudo que vivi ao lado dele. Ele se foi, a caminho do Independência, fazendo algo que ele gostava, estando em minha presença”.

“Na hora que tudo aconteceu, conversávamos em fazer o sócio torcedor e, depois, cumpri sua vontade, mesmo ele não estando aqui. Registrei também no braço uma tatuagem em sua homenagem, que vai ficar marcada para sempre, assim como meu amor ao América e a ele”.

“Essa é minha história e a história de meu amigo inseparável. Por trás de toda paixão de um torcedor americano, há uma história marcante. O América faz parte da minha vida, e posso dizer que sempre fará, com minhas futuras gerações. Aqui na Terra, estamos de passagem. Que façamos valer a pena. Sermos gratos por viver o que vivemos com quem amamos. Apesar de qualquer dificuldade na vida, que possamos deixar a nossa marca”.

“Sou americano, não é por quê o América ganha muitos títulos, ganha todos os jogos, ou coisas assim, mas por toda história nossa, os momentos que o América nos proporcionou, que nos permitiu viver, estar um ao lado do outro. É daí que vem a paixão pelo time, daquelas tardes que lembraremos para sempre”.

Pedro, a nação americana e o América são eternamente gratos àqueles que engradecem seu pavilhão. Você e seu avô são prova viva de que ser americano é uma dádiva. Todo respeito. Coelho na veia e no coração!

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