No final de semana que passou não teve rodada do Brasileirão. O motivo? Um joguinho mequetrefe da Seleção Brasileira, aquela mesma pela qual já perdemos encanto faz tempo.
Não é de hoje que a CBF desprestigia o futebol mineiro. Apesar de estarmos entre os principais estados, sermos celeiros de craques e termos três times grandes ativos, ninguém olha muito para cá.
Muitas vezes, mesmo estando à frente do Rio e até de São Paulo, com Atlético e Cruzeiro (nossos rivais, porém vizinhos) figurando entre os maiores campeões, ainda assim os privilegiados eram jogadores que estavam no eixo RJ/SP ou em times da Europa, mesmo que fossem equipes de segundo escalão.
O torcedor do América, por exemplo, que costuma ter um nível ligeiramente mais exigente e crítico, não tem quase motivação para acompanhar a Seleção Brasileira. E eu entendo. Que dia que teremos um craque lá? Nem mesmo a dupla Galo e Raposa consegue esta proeza, salvo raras exceções, imagina a gente.
A verdade é que a paixão do torcedor mineiro se reserva cada vez mais para o que interessa: o amor pelo time da sua cidade, aquele de fato ele não abandona. Aquele que ele construiu uma história junto, nem perfeita nem ideal, mas real. A única hora que lembro da Seleção, sendo bem franco, é quando vejo que o maldito calendário da Conmebol travou a sequência do Brasileirão, como aconteceu agora.
Nós estamos de saco cheio desta propaganda besta que nos induz a esperar quatro anos para ver uma Copa do Mundo com a equipe escalada pelas mesmas panelinhas, que fazem tudo ir por água abaixo em questão de segundo (vide caso Croácia).
São sempre aqueles jogadores previsíveis e estrelas que não fazem brilhar os olhos dos torcedores. Sempre aquele gostinho amargo de “não é possível que não chamaram este cara só porque joga em Minas Gerais”. Infelizmente, em Minas, para ser chamado estando aqui, ele precisa jogar mais que o Messi, e olhe lá.
Atualmente, o que ficou da Seleção para mim é a lembrança, já parte de um passado quase distante, da infância e adolescência, com os últimos mitos que realmente davam medo no adversário e nos fizeram campeões: Romário e Ronaldo.
Hoje em dia, a bem da verdade, é que importa muito mais Cuiabá e América, amanhã à noite, do que qualquer jogo da Seleção Brasileira, com tantos falsos ídolos.
Inclusive, este jogo precisa ser a retomada do Coelho na competição, para que sigamos rumo a evitar a queda. Seleção por seleção, prefiro o nosso “combinado”. Esse é o único verde que me importa.