O que precisa ser feito para se tornar um empreendedor de sucesso é uma dúvida que aparece a todo momento em cursos, lives, Webinars, salas de aulas, e este é um assunto também muito explorado em livros e E-books. Mas, muito ainda há que se falar deste tema.
Muitos se entusiasmam pelo sucesso que alguns conseguem, e se envolvem neste caminho de visão iluminada, entretanto, vão percebendo que existem também sombras e nuvens escuras neste trajeto, quando percorrem na direção. É preciso que haja uma efetiva preparação.
Uma ideia inovadora e brilhante, sob o ponto de vista do futuro empreendedor, muitas vezes não tem a mesma recepção por parte do mercado. O empreendedorismo não deve começar por se ter uma grande ideia. Por mais brilhante que ela seja, num primeiro momento. Ser empreendedor exige antes de mais nada uma capacidade de percepção do mercado. Exige uma capacidade de resiliência, uma força poderosa, que torna quem a tem preparado para tomar as lambadas que o mercado dá o tempo todo.
Além da resiliência, para se tornar empreendedor de sucesso é preciso ter paciência, adquirir a capacidade de investir dinheiro e dedicação pessoal, sem um retorno garantido em curto ou médio prazos, podendo ser até por anos, para se obter os resultados reais. Vários de meus clientes de consultoria, são empreendedores que reclamam que estão desanimados porque já começaram o seu novo negócio, e até agora não obtiveram resultados positivos. Este é um grande erro que os empreendedores cometem. A ansiedade, a visão de curto prazo em relação ao seu negócio, faze-os sofrer, desgasta as suas forças e até mesmo os levam a desistir.
Ao iniciar um empreendimento é preciso estar por um lado entusiasmado pelo feito, mas, por outro, calmo, paciente consigo mesmo e com os desafios do mercado. É questão elementar ter ou adquirir uma visão de longo alcance. Iniciar o dia com entusiasmo e encerrá-lo com o mesmo ou preferencialmente mais entusiasmado ainda, por pior que tenham sido os resultados. E isto deve ser uma realidade para o fechamento dos meses e até de alguns anos, dependendo do tipo e tamanho do negócio em que se buscou explorar.
W. Chan Kim e Renée Mauborgne em seu livro A Estratégia do Oceano Azul, ajuda-nos muito quando fazem uma metáfora e se referem ao oceano vermelho como aquele em que as empresas disputam as fatias de mercado, de forma violenta, dando tudo de si para conseguir ganhar ou manter a sua fatia de mercado. São como tubarões lutando entre si constantemente, em que o sangue faz o oceano ficar vermelho. E levantam também a ideia de que podem ser criados os oceanos azuis, que são os mercados em que se buscam inovações a serem oferecidas e que podem ser objeto de grandes oportunidades para exploração pelas empresas.
Uma grande ideia de um empreendedor, pode ser nova, brilhante, inteligente, mas, pode estar dentro de um mercado em que existem empresas agressivas e com poder de suplantar o seu negócio, cobrindo-o com todo o poder de ataque que tem.
O empreendedor deve saber em que oceano está entrando, precisa definir claramente o perfil de mercado que vai atuar. É fundamental saber calcular aproximadamente o tempo que precisará para efetivar o seu negócio e quem são os seus principais concorrentes.
Além dos concorrentes é importante conhecer os seus futuros clientes, quem eles são, como se comportam, o quanto estão dispostos a pagar pelos seus produtos ou serviços, se são sensíveis ou insensíveis a preço, e qual a sua expectativa de valor.
O Professor Alain Chartier dá uma enorme contribuição quando nos diz: “Nada é mais perigoso do que uma ideia, quando ela é a única que temos”. Uma boa ideia nem sempre reflete uma acertada oportunidade. Há muitos casos em que uma aparente ideia brilhante é superada por outra, dependendo do momento em que são aplicadas. Por isto, toda ideia deve estar acompanhada de outras possibilidades, podendo ser alterada, ou até mesmo suplantada, valendo como um input para o aproveitamento de alguma oportunidade. Nada mais eficaz do que uma ideia certa aplicada no momento certo.
Recebo o contato de pessoas dizendo que têm uma boa ideia, que ela ainda está em desenvolvimento, que o produto vai ser ótimo, mas, que gostaria de já começar a desenvolver algumas ações de marketing, enquanto estuda os detalhes finais. Fico preocupado quando um empreendimento é proposto, ou iniciado movido pela paixão, pelo entusiasmo, ou dominado pelo ego. Sempre oriento que não se deve deixar o sonho induzir a erro. Ele deve ser o input para se começar a trabalhar.
O sucesso em empreender pode ser algo maravilhoso. Pode levar uma pessoa ao domínio de um segmento, criar um novo mercado, pode gerar belos pró-labores, mas, isto não acontece todos os dias, com todos os empreendimentos, ou todos os empreendedores. Por isto, é preciso ter e ampliar cada vez mais o poder de superação, a capacidade de batalhar, a paciência para aguardar que as táticas e operações de vendas se mostrem numa curva ascendente.
Um instrumento que jamais deve faltar para o empreendedor é o chamado plano de negócios. Este instrumento de gestão é determinante para que se caminhe na direção certa, que se conheça o mercado, que se defina claramente o negócio da empresa e se possa definir todas as estratégias a serem seguidas. Este plano cumpre um papel importante por deixar registrado tudo o que se planeja para o empreendimento, dar uma noção de futuro e ainda, indicar as mudanças que se mostrem necessárias.
Dois empreendimentos, com chances semelhantes de condições terá como vencedor, aquele que for trabalhado desde o seu início com uma visão longa de mercado e com o desenvolvimento de um processo de planejamento.