Jornal Estado de Minas

MARKETING E NEGÓCIOS

Empresas precisam fazer mudanças; esta é uma exigência do novo mercado

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O que tem me chamado a atenção nas empresas é o quanto elas efetivamente estão aprendendo ou aprenderam com o advento da pandemia do COVID-19.

Muitas foram as organizações que fecharam as suas portas, logo no início desse fato histórico; outras, por sua vez, foram arrefecendo e sentindo um baque para o qual elas não estavam preparadas, e assim, fecharam as suas portas num momento em que poderiam despertar para novas possibilidades. As duas decisões estratégicas são controversas.


Fechar a empresa logo no início de um momento ruimpode representar pouca eficácia de gestão. Conseguir sustentar a empresa na forte paralização, durante todo o tempo, mas esmorecer no final da batalha também é motivo de consternação.
 
Além disso, demonstra falta de energia e de visão firme nos objetivos as empresas que conseguiram resistir até o momento, mas não estão buscando se adaptar e inovar, frente as mudanças sociais, econômicas, políticas, ambientais e principalmente mercadológicas.

Muitas delas não estão dando qualquer sinal de que vão se desenvolver ou mesmo gerar pequenas mudanças para viverem em um cenário desigual. 

No meu programa e nas lives de que participo, sempre comento que mesmo os reptilianos passam por processos de mudanças, no transcorrer do tempo. De períodos em períodos eles trocam a camada de queratina para se renovarem diante do ambiente em que estão vivendo.


As empresas não deveriam ir contra as mudanças naturais e apropriadas. Diversas insistem em manter o mesmo formato do passado, e não dão a devida atenção ao processo de transformação, que deveria fazer parte de suas existências.

Ao reabrirem as suas portas para funcionamento, várias instituições adotam uma postura idêntica à do seu passado recente, como se nada tivesse acontecido no mercado. É como se tivessem fechado e num momento mágico reabriram, sem prestar a atenção de que o tempo passou. 

O mercado não é um filme em que se domina a relação com o tempo. Isto só acontece em produções tais como o antigo: “Quando nos conhecemos”, ou “Durante a tormenta”. Não é possível voltar no tempo e nem permanecer estável nele. As realidades mudam e as estratégias e táticas, principalmente as de marketing devem ser sempre revistas.


Toda mudança é sentida primeiramente nos pontos de vendas, sejam presenciais ou digitais, pois é nessa parte da empresa que os clientes dão a sua resposta mais imediata de satisfação ou insatisfação. O marketing é um dos componentes mais sensíveis das organizações. É através dele que as empresas sentem a temperatura do mercado em que atuam.

Reabrir ou retornar ao funcionamento normal pode não ser a resposta mais eficaz para as empresas. Praticamente nada mudou em muitos setores do mercado. Os bancos, por exemplo, continuam com a ilusão de que são prestadores de favores aos clientes. Os restaurantes permanecem oferecendo um serviço limitado, as caixas dos supermercados continuam com o olhar frio ao entregarem a maquininha do cartão.

Diversos açougues não mostram novas formas para garantir a higiene de seus produtos, com muitos açougueiros despreparados para cortar a carne, e muito menos para serem gentis com os clientes.

Não deveria ser necessário citar aqui os serviços de atendimento telefônico ou digital das empresas prestadoras de serviços, mas estas nada aprenderam.


O desafio maior das empresas é o de voltar a atuar dentro desse cenário, com novas propostas, apresentando diferenciações e adequações nos produtos e serviços oferecidos e principalmente com  avanços no processo de relacionamento com o público-alvo.

Todas as justificativas que ouvi de empresários é de que foram pegos de surpresa, que não imaginavam tamanho refreamento do mercado, as diversas proibições, excesso de normas, limitações em geral e muito mais. Seria determinante que todos conhecessem os recursos de planejamento do marketing. Alguns conhecem, mas, nem sempre deram a devida atenção, ou fizeram o melhor investimento nessas atividades.

Empresas de um mesmo segmento fecharam, outras continuaram, algumas cresceram. O marketing não deve nunca ser apenas um nome bonito na porta de algum gestor. Ele precisa ser um instrumento a ser praticado profundamente e o tempo todo. 


O olhar para o futuro é uma das funções do marketing e independentemente de ser apenas uma pessoa ou um departamento inteiro com esta função. A investigação do futuro deve ser determinante e contínua, um trabalho primordial. O sucesso de momento embriaga a empresa e dá a seus membros uma visão de força que em sua grande parte é momentânea.

Ainda é tempo. É preciso reavaliar com urgência tudo o que está sendo oferecido aos clientes, e verificar, diretamente com eles, o que precisa ser modificado e o que eles esperam efetivamente da empresa.

As organizações, tipo startups, terão que rever imediatamente os seus planos de negócios e de marketing, para verificar se eles ainda atendem às expectativas das fatias de mercado que pretendem alcançar e dominar. 

As organizações que atuam com segmentos, nichos e subnichos de mercado mais bem definidos também devem buscar mais informações, se aproximar urgentemente do seu público e tentar enxergar as suas novas necessidades e características, já pensando também sobre como devem ser no futuro.

Para se obter sucesso nesses novos cenários é preciso que a visão dos gestores seja cada vez mais holística, para transmitir a todos os membros da empresa que a mesma está sempre em consonância com os novos momentos e que eles fazem parte desse esforço.

É preciso abrir a mente e saber conviver positivamente com as incertezas do mercado. É como diz John Dewey: “A busca pela certeza é um convite para a derrota”.