Em marketing estamos sempre em busca de um maior entendimento do comportamento de compra das pessoas, queremos identificar o que as faz agir de um ou outra forma, como elas tomam as suas decisões, o que as impulsiona a comprar algo, ou simplesmente nem olhar para produtos expostos em sua frente, apesar de estarem procurando aquele tipo de mercadoria.
O neuromarketing veio para ajudar o marketing a obter muitas das respostas sobre as decisões dos clientes, suas preferências, desejos, necessidades e impulsos comportamentais. O objetivo que motivou estes estudos era saber qual a influência neurológica que determinadas ações de marketing têm no comportamento do consumidor, possibilitando o entendimento e a criação de esforços de marketing mais efetivos.
O interessante é que estas experiências começaram a ser feitas por um cientista chamado Ale Smidts, que juntou as análises neurológicas com as perspectivas mercadológicas. Depois o professor da Universidade de Harvard, Gerald Zaltman, fez uma forte divulgação deste método, principalmente através de seus livros, tais como Marketing Metaphoria, como os clientes pensam, ouvindo a voz do mercado e vários outros, além de um conjunto de artigos sobre o tema.
O neuromarketing busca dar um mergulho no pensamento inconsciente, para identificar o que impulsiona o comportamento de compra, avaliando aspectos neurológicos para identificar as reações do cérebro humano, quando as pessoas recebem estímulos externos, tais como marcas, produtos, propagandas, publicidade e vários outras ferramentas de marketing. Uma forma de avaliação é a colocação de eletrodos na cabeça de grupos específicos de clientes para medir suas respostas a determinados estímulos, com ressonância magnética e outros recursos mais modernos.
Com esta metodologia diversas empresas começaram a definir melhor as suas embalagens, os nomes de seus produtos, as cores utilizadas, os nomes, anúncios, forma de exposição de seus produtos, iluminação dos ambientes de vendas e várias outras formas de atuação no mercado.
A base dessa metodologia de análise é o denominado "cérebro trino", em que se considera que o cérebro humano se divide em três partes, que são o reptiliano o límbico e o neocórtex. São três unidades funcionais diferentes, cada uma responsável por uma resposta, tais como a emoção, reação, ação e, até mesmo, a tomada de decisão.
O reptiliano é a parte mais instintiva, mais basal, onde estão os instintos de sobrevivência, tais como a respiração, frequência do coração, temperatura do corpo, ou seja, os reflexos involuntários. O límbico, também chamado de emocional, está ligado às emoções e aos comportamentos sociais da pessoa.
A parte denominada racional é o que faz o ser humano ser diferente dos outros animais, pois permite o pensamento abstrato, a imaginação e a consciência.
Todos esses conhecimentos foram e são utilizados pelo marketing de muitas empresas para ajudá-las no seu desempenho de mercado. Eles ajudam na busca de entendimento de como os clientes captam as mensagens que lhe são expostas.
O neuromarketing pode ter como instrumentos importantes a psicologia das cores, o storytelling, o uso de imagens, as mensagens subliminares, o posicionamento dos elementos de uma imagem, os gatilhos mentais e outros.
O marketing de conteúdo tem aproveitado muito das descobertas efetuadas através do neuromarketing, pois ajuda na adequação e até direcionamento de mensagens melhor associadas às percepções dos clientes, atuais e potenciais.
Esta metodologia de análise pode contribuir muito para o sucesso nos esforços de branding, design de produtos, inovação, publicidade, entretenimento e cada vez mais nas experiências online.
Sempre perguntam quais são os resultados concretos da utilização do neuromarketing. Ele contribui muito nos estudos referentes ao processo de tomada de decisões dos clientes, permitindo às organizações o aperfeiçoamento de suas ofertas ao mercado, contribui para uma melhor personalização do processo de entrega de produtos e serviços e ajuda muito na definição de soluções focadas nos clientes.
Uma empresa que conhece mais profundamente as atitudes e comportamentos do seu público-alvo tem muito mais chances de obter sucesso na implementação de todas as suas estratégias, táticas e operações de marketing.
Conhecendo mais profundamente as pessoas que fazem parte do seu público-alvo, as empresas fortalecem o seu poder de persuasão, e assim, conseguem atrair e fidelizar mais clientes.
Empresas como a Google, Hyundai, Netflix, Spotfy, Coca-Cola, Ford Motor, Mcdonalds e outras praticam o neuromarketing e muitas de suas formas de atuação são baseadas nesta importante metodologia.
Todos os esforços praticados pelas empresas, utilizando os mais diversos métodos, assim como o neuromarketing, têm um objetivo fundamental que é fazer os consumidores mais satisfeitos, provocar sensações de confortabilidade, e principalmente, fazê-los se sentirem mais felizes. As empresas que provocarem esses sentimentos terão maior sucesso de vendas e atingirão os seus objetivos de marketing.