Jornal Estado de Minas

MARKETING E NEGÓCIOS

O poder da semiótica e das marcas para o fortalecimento das empresas


Os seres humanos agem comumente de acordo com as suas percepções pessoais e não necessariamente pela lógica ou pelo que poderia ser considerado como óbvio. É preciso que as empresas entendam cada vez melhor essa realidade, e adaptem as táticas de marketing a esta realidade, como já fazem muitas no mercado.





Para algumas pessoas, o termo semiótica ainda não é bem conhecido, mas, apesar de ser um nome um tanto estranho, trata-se de um estudo das diversas linguagens presentes no dia a dia das pessoas. Pode ser entendida como um conjunto de associações mentais projetadas, tanto em seu aspecto de entidade física como no domínio emocional das pessoas.

Esse estudo implica na utilização das diversas mídias, do jornalismo, da propaganda, da publicidade e de todos os outros meios que envolvem a comunicação e as percepções humanas.

O estudo dos signos, que pode ser entendido como um sentido que comunica algo, e que transmite alguma informação, ajuda as organizações a transmitirem mensagens que sejam, direta ou indiretamente, marcantes ao público de interesse, e em muitos casos levam os clientes a terem preferências por um produto ou serviço. 





As marcas, as logo, as logomarcas e outros tipos de comunicação, têm uma função persuasiva e a atribuição de criar envolvimento emocional em suas mensagens apresentadas ao público-alvo.

A ideia é que elas levem a associações com as promessas cumpridas pelas empresas, gerando conhecimento, credibilidade, e preferencialmente, ao ato da compra. Esse processo terá mais sucesso tanto quanto for o tempo que ele perdurar positivamente na mente dos diversos públicos de interesse.

As melhores marcas representam naturalmente a promessa de entrega de um conjunto de características, vantagens e benefícios aos compradores. Elas representam uma espécie de garantia de satisfação. 





Muitas organizações pecam ao não definirem de forma homogênea o seu processo de comunicação. Não conseguem criar uma identidade, um grupo de características que gere nos clientes a imediata associação com a marca ou com o produto. 

De maneira objetiva, a semiótica é usada pelas empresas de duas formas:
- como estratégia de marketing ou
- como um modo raiz de atrair clientes.

Nas grandes organizações, cada forma de comunicação é detalhadamente pensada. Como é o caso da empresa Starbucks. O que mais chama a atenção dos clientes é o ambiente normalmente aconchegante, com produtos que atendem a expectativas diferenciadas, cumprindo a sua proposta. A grande parte das pessoas em diversos países tende a identificar imediatamente a logomarca da empresa, mesmo não sabendo detalhadamente o que ela significa. Mas sabe que, ali naquele lugar, tem um café e um ambiente com a qualidade Starbucks.   

O slogan da Starbucks é It’s more than coffe, algo como: "É mais do que café". O cliente percebe que, naquele ponto de venda, ele não terá à sua disposição somente uma xícara de café, mas muito mais do que isso. Então ele prefere entrar ali a entrar em outro lugar. 

Marcas famosas, com logomarcas chamativas, podem ser elencadas: - os arcos dourados e as cores do McDonald’s;
- a maçã da Apple;
- as letras e cores da Coca-Cola;
- a deusa da vitória da Nike;
- as três listras da Adidas;
- o jacarezinho da Lacoste;
- e muitas outras. 



É importante lembrar, porém, que uma marca não se cria sozinha, ela deve representar credibilidade, promessa cumprida, e realmente ser um símbolo de tudo de positivo que uma empresa oferece.  

Identidade visual é objeto da semiótica. É preciso tocar na mente e no coração dos clientes. Remetê-los a associações positivas, com algo do passado dele que o faz se sentir bem quando entra em um restaurante, um shopping, loja ou quando usa um produto que o faz se sentir bem.   

O uso da semiótica no marketing das empresas é determinante. Ter um serviço de alto padrão, um produto de qualidade pode não somente fazer o sucesso de uma empresa, é preciso que esta questão básica esteja associada a percepções positivas por parte do público-alvo. 

O autor Seth Godin comenta que, em um mercado movimentado, não se destacar é o mesmo que ser invisível. 

É preciso haver investimento, persistência e embasamento para fortalecer uma marca no mercado. O conhecimento da semiótica facilita estes esforços, pois dá estrutura para a aplicação das táticas que levam a resultados marcantes.

Sempre me perguntam quais os meios mais eficientes e eficazes para se criar e fortalecer uma marca e fazer uma empresa crescer. É preciso saber que não existe um padrão, pois cada pessoa tem um tipo de percepção e é preciso identificar grupos que têm similaridades, provocar os seus sentimentos, chamando a atenção. Tudo o que não pode ser feito é fazer propostas que já sejam triviais no mercado.

É fundamental estudar as percepções das pessoas, procurar tocá-las nessas percepções, mexer com seus sentimentos, oferecer algo que elas não tenham visto ainda e cumprir aquilo o que foi prometido. 

O caminho é conhecer mais profundamente a semiótica, os seus poderes e, assim, fortalecer a marca da empresa.