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Vamos todos cirandar

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Hoje, vamos direto ao centro do nosso coração. Venham, venham todos. Vamos brincar de roda? Pode ser de violão ou de samba, você decide. Ciranda, cirandinha ou, quem sabe, roda só de conversa. Tem também os círculos de mulheres, de pensadores ou as rodas vivas de jornalistas. 



Tanto faz a opção escolhida. O importante é reviver a sensação de pertencer a uma mandala humana. Por que as formações em roda são tão mágicas? 

Juntos, de mãos dadas com a memória, vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta ou volta e meia. Vamos lá! Rodopiar por tempo indefinido, até ficar tontos. Cantar as mesmas melodias, dançar os mesmos passos, sem ensaios ou combinados.

Basta parar de pensar, soltar o corpo e se entregar à energia coletiva. Exorcizar os medos de o cravo brigar com a rosa, de alguém atirar o pau no gato ou de samba lelê ficar doente, com a cabeça quebrada.

Nas cantigas de roda, os integrantes têm a mesma importância, sejam medrosos ou valentes, fracos ou fortes, vassalos ou reis. Se um deles tropeçar, os outros são obrigados a apoiar o colega para retomar o equilíbrio. Caso contrário, todos caem. Se o outro tentar ser mais rápido, por vaidade ou orgulho, a roda ameaça parar de girar. É preciso sincronizar o passo para manter o movimento. Não há lugar reservado na cabeceira, assim como na távola redonda do Rei Arthur.

Nas rodas de fogueira, surgem certos encantamentos. Nas festas juninas, os grupos de quadrilha dançam em torno de falsas labaredas, feitas de celofane vermelho e amarelo. Também são de mentira a cobra, as marias-chiquinhas do chapéu e os remendos no vestido. Os meninos dão as mãos às garotas na contradança, e depois, desaparecem nas barracas de pescaria e boca de palhaço. Em compensação, sobram canjica, fogos de artifício e bandeirolas.





Roda de viola, fogueira e barracas de camping. Essa foi a base da ocupação da reitoria da UFMG, na minha época de faculdade. A causa do protesto apagou, mas resta viva a emoção de ter feito parte do movimento estudantil. “Mas eis que chega a roda viva...”, cantávamos as letras de Chico e Caetano, enquanto gritávamos contra injustiças sociais e um poeta rabiscava versos para  “A moça na fogueira”.

Nos tempos antigos, as mulheres tinham o costume de se reunir em torno do elemento fogo. Dançavam e trocavam segredos de sobrevivência: ervas curadoras, palavrinhas boas e simpatias. Tachadas de bruxas, porém, foram obrigadas a sair de cena. Pouco a pouco, os círculos femininos estão voltando a existir, por enquanto virtuais. Representantes de todo o mundo são chamadas a participar de danças circulares, campos de amor, círculos de meditação.

Posso provar. Participo do Círculo do Poder Feminino, oferecendo meditações on-line, nas noites de segunda-feira, gratuitas. Nosso grupo de amigas mentaliza um campo de amor ao redor da Terra, irradiando energias positivas para as nossas famílias, para a linhagem, para todo o planeta.

Rogamos para que, em breve, possamos nos sentar juntas, sentindo a mesma textura do chão, o calor das mãos umas das outras, a troca simultânea de olhares e sorrisos. Nesse encontro de almas e corações, a pandemia terá chegado ao fim. Assim seja. Assim será.

Saiba mais sobre xamanismo no canal Chá Com Leveza (https://youtu.be/-Rr0i8i8_KM)





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