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É hora de agir: 2022 é ano especial para a descoberta de talentos

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Uma grande amiga se apaixonou pela técnica dos mosaicos. Aprendeu a juntar peças e a dar um novo sentido a cacos de azulejos, ladrilhos e vidros. Cada pedacinho se multiplica em mandalas, vasos e bandejas. Ela começou por acaso, em uma dessas oficinas de arte que você faz por curiosidade, como passatempo, nas folgas e feriados. Estou contando esse caso porque as férias de julho já estão dobrando o calendário e, segundo dizem, 2022 será o melhor ano para despertar dons e talentos ligados à expressão da criatividade. 




 
Ainda temos o segundo semestre pela frente. Você poderá, finalmente, matricular-se naquela aula de violão. Dar sentido àquele instrumento parado no canto da casa, pegando poeira, que custou caro e você nunca teve coragem de vender. É hora de soltar a voz, deixando extravasar canções e letras de músicas que escorrem pelo ralo do chuveiro ou acabam represadas no box do banheiro.

Seu mapa do tesouro pode estar em outros cantos. É tempo de revirar os antigos cadernos de anotações e destampar o seu baú de discos e letras de músicas inacabadas. Resgatar esboços de desenhos que você julgava ter perdido. Relembrar aquele argumento incrível para uma história em quadrinhos. Reabrir as gavetas do escritório, fisgar versos e pensamentos escritos em guardanapos e folhas soltas. 
 
A criatividade é um território sem limites. Pode ser o momento certo para retomar o gosto por criar jogos de tabuleiros ou, quem sabe, bolar acrósticos. É o caso de um parente próximo, que se diverte confeccionando versos com cada letra do nome de seus familiares. Seu talento só costuma vir à tona nas datas dos aniversários, gravado nos cartões de parabéns, mas poderia navegar mais longe. Sabia que existe uma série de TV voltada para aficionados em palíndromos?  
 
No caso da minha família, Kiefer, os jogos de palavras tornam-se mais desafiadores, considerando a existência de um K logo de cara, na primeira letra do sobrenome. Um dos arranjos mais geniais foi escrito para mim pelo educador Içami Tiba, pouco antes de sua morte, em 2015. Na época, ele respondeu ao questionário de perguntas para uma reportagem, finalizando com um ‘obrigado a você, jornalista ki é fera’. Curti. 




 
Se você não leva jeito com as palavras, como a garotinha Alice, há outras formas de contar histórias. Talvez você possa acordar o seu lado vovó, investindo nas costuras e pontos de tricô que ajudam a desfazer os nós da alma. No Centro de Arte Popular, no Bairro de Lourdes, em BH, me encanta um enorme bordado que ousou recontar o enredo de “Grande sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa.  
 
Se você não sabe por onde começar, lembre-se do que você gostava de fazer quando criança. É um ponto de partida. No meu caso, sempre quis ser escritora, brincar com as palavras, tecer crônicas e reportagens. Na falta de talentos manuais, eu escrevia composições na escola, que mais tarde foram chamadas de redações e agora atualizadas para produções de texto.
 
Um desses textos, premiado pelo Pandiá, contava sobre a frustração de uma menina de 9 anos chamada Ardnas (meu nome ao contrário). Ela sonhava em escrever livros, mas descobriu que as pessoas cada vez menos gostavam de ler e que as bibliotecas e livrarias viviam às moscas. Pluft! Lá se foi o sonho de Ardnas... O texto terminava em aberto, com reticências e a palavra fim. Exatamente como este aqui... FIM.