Aconteceu numa quinta-feira quando, ao dirigir para o trabalho revisei a agenda e acordei que no dia seguinte, meu compromisso era com a maternidade no Hospital Vila da Serra.
Veio um sentimento estranho naquele momento, uma lágrima, um frio na barriga, a perfeita noção, que ignorei por nove meses, de que no dia seguinte nasceria um ser humano gerado por mim.
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Apaziguando as renúncias para viver a maternidadeMulheres se desdobram no papel de mãe em tempos de isolamentoO desafio diário de ser mãeBurnout: um tempo para si mesma e pedido de ajuda não fazem mal a ninguémA verdade é que eu não fazia ideia de como cuidaria de uma outra pessoa que, no dia seguinte, estaria em meus braços completamente vulnerável e dependente. E, como é difícil escolher nome de gente, considero uma atitude de grande responsabilidade.
Meu nome é Renata, essa é minha coluna de estreia por aqui e, como estamos em Maio, mês das mães, resolvi compartilhar algumas reflexões sobre um dos meus melhores papéis: o papel de mãe.
Sou empresária e atuo na área da tecnologia desde 1998, quando decidi digitalizar as páginas amarelas e criar um banco de dados de busca. Foram 4 meses digitando sem parar com certa determinação e a crença de que seria um grande negócio, ali nascia uma empreendedora ávida por resolver problemas reais.
Sou nascida e criada na zona leste de BH, mineira amante do torresmo e do pão de queijo, de subir Bahia e descer Floresta, de tomar banho de cachoeira e prosear com os amigos na companhia de boas cervejas e comida de bar. Sou filha de pai mineiro, que nos deixou quando eu tinha apenas 14 anos, e de uma mãe nascida paulista e que foi criada na fazenda quando jovem e depois veio morar aqui em Beagá.
Sou nascida e criada na zona leste de BH, mineira amante do torresmo e do pão de queijo, de subir Bahia e descer Floresta, de tomar banho de cachoeira e prosear com os amigos na companhia de boas cervejas e comida de bar. Sou filha de pai mineiro, que nos deixou quando eu tinha apenas 14 anos, e de uma mãe nascida paulista e que foi criada na fazenda quando jovem e depois veio morar aqui em Beagá.
Misturar empreendedorismo e maternidade está na minha essência. Quando nos tornamos mães, uma empreendedora também nasce. Ficamos mais atentas, mais organizadas, disciplinadas, resilientes e dispostas a trabalhar longos períodos. Atendemos demandas que chegam sem controle e, além de tudo isso, fazemos do momento da entrega um momento de grande alegria e satisfação de dever cumprido.
Ao contrário do que acontece com 78% das mulheres profissionais que buscam no empreendedorismo uma opção, por terem sido demitidas depois da licença-maternidade ou por escolherem abandonar a carreira corporativa para estar mais presentes na vida do filhos, no meu caso, foi maternidade que atropelou minha carreira.
Como nunca parei de trabalhar, amamentei meus filhos e os vi crescerem sob a tela do meu notebook. Acredito que o estereótipo da mãe que empreende é o da mulher múltipla, que assume seus vários papéis, tanto em casa quando na gerência do negócio, que sabe conciliar seu tempo sem perder a ternura e o sorriso. Para tanto, é fundamental saber se adaptar, fazer a gestão desse tempo e ser resiliente para viver em meio ao caos.
A mãe empreendedora é a mãe que ainda sofre a pressão cultural para ser responsável pelo lar e pelo cuidado com a família, e que também se desdobra para conciliar tantas tarefas e responsabilidades de sua vida pessoal e profissional. É aquela pessoa que sabe que a gestão do seu tempo preserva também a saúde do seu negócio. O estereótipo da mãe empreendedora é o da profissional que sabe se virar no mundo que se revela cada vez mais: não linear, volátil, complexo e imprevisível. Esse estereótipo é necessário para qualquer profissional de hoje em dia, que precisa estar preparado para a imprevisibilidade do futuro.
E por desenvolverem tantas habilidades, um viva para as mães que trabalham!