A notícia mais comentada da semana foi sobre a escolha da Anitta para compor o conselho de administração do Nubank e fiquei chocada com tantos comentários depreciadores a que fui obrigada a ler em grupos de whatsapp de empreendedores e investidores.
Por que uma mulher como a Anitta não tem credibilidade para o padrão executivo homem cisgênero que são em grande maioria, 98% das vezes, nos conselhos? Por que as empresas continuam repetindo os padrões e não entendem que a diversidade nos conselhos agrega em experiências e consequentemente melhora os resultados?
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Afinal o que incomoda tanto na decisão do Nubank? A Anitta ser mulher? Ser mulher periférica? Dançar balançando a bunda e cantar funk?
Anitta é uma mulher de negócios, ela pode colocar um short ou um terno e ela ainda será uma empreendedora visionária e inovadora. A Ambev foi a primeira marca a acreditar nisso quando a nomeou chefe de inovação e criatividade da Skol Beats. Anitta conhece seu público e sabe o que vende porque trabalha!
Dinheiro não é tudo, dinheiro sozinho não faz dinheiro. Sem trabalho nada acontece. E falo mais, a mulher empreendedora trabalha pra caramba. Não temos medo algum e não fazemos corpo mole. No ecossistema de inovação, por exemplo, por algumas vezes ouvimos os homens oferecendo aos fundos bilionários escalabilidade rápida por uma grana alta para que seus negócios se tornem unicórnios com pouquíssimo espaço de tempo e disputem em busca de escala e crescimento rápido.
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Nós, mulheres do ecossistema, somos zebra, recebemos menos investimento e ainda sim viramos negócios com trabalho, mesmo que demore um pouco mais e seja desacreditado na maioria das vezes. Isso é um fato! Existem várias startups investidas tardiamente depois de tracionar no quinto ou sexto ano apenas. Mulher recebe menos investimento e não senta, em 91% dos casos, nos conselhos das empresas.
Uma mulher com a experiência e vivência da Anitta em um conselho administrativo de um banco digital é totalmente inovador. Ela vai agregar com certeza e, sobre os resultados, o tempo dirá. Então, pessoal do padrão Homem Executivo Cisgenêro que ocupa os conselhos em 99% das empresas, Anitta é membro de conselho, sim. E aceite que dói menos. Ou melhor, reflita e evolua.
Você não gosta do que ela canta? Pois além de ser um dos nomes que fortaleceu a expansão e o reconhecimento do funk brasileiro, ela pode cantar o que quiser ou se propuser!
Visionária, empreendedora nata, empresária respeitável, um dos cases de marketing de sucesso mais estudados e validados, Anitta não para.
Aos 29 anos, a artista se revela profunda conhecedora de estratégias de marketing, com uma linha de histórica de resultados crescentes.
Experiência, visão de mercado, foco no público-alvo, capacidade e ação de expansão, olhar de mulher investidora - um pioneirismo valioso quando se trata de um país onde as mulheres que investem corretamente não representam 1/4 do gênero.
Agora, Anitta integra o conselho de administração do Nubank. O banco digital, que não para de crescer e quer expandir mercado na América Latina, avança em seu conceito diferenciado de se comunicar e quer atingir, entre seus propósitos, a inclusão financeira.
E você? Quais são os seus focos? Você modela personagens de sucesso em sua área de atuação ou valoriza referências fortes? Pensa em estratégias originais para alcançar assertividade? Coloca essas estratégias em prática? Como escolhe se destacar no que faz?
O Brasil empreendedor existe, apesar de todas as crises. Não importa o seu tamanho, prossiga, em aperfeiçoamento e ação.