Jornal Estado de Minas

SHE'S THE BOSS

Mês do orgulho LGBTQIA+: Inclusão e diversidade nas startups



Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+. Você sabe porque? 
 
Em  28 de junho de 1969, houve uma rebelião no bar Stonewall In, localizado em Nova York, nos Estados Unidos, e esse local era conhecido por receber e respeitar pessoas LGBTQIA+. Porém as pessoas da comunidade que frequentavam o bar, eram constantemente agredidas e presas pela polícia, neste dia elas se rebelaram em resposta à violenta batida policial que aconteceu nesta data. O público dentro e fora do lugar, respondeu jogando pedras e outros objetos que tinham nas mãos, para impedir que a polícia agisse com violência contra as pessoas que estavam no bar. A partir desse dia, seguiram-se várias manifestações em apoio à comunidade, e a primeira parada do Orgulho foi realizada em 1970 para fortalecer o movimento que exige respeito à comunidade LGBTQIA+.





Esse foi o marco que deu início a realização de paradas do Orgulho Gay, que hoje em dia conhecemos como parada do Orgulho LGBTQIA+, o que a torna mais inclusiva e demonstra a luta da comunidade por direitos, que vão desde o casamento entre pessoas do mesmo sexo, plano de saúde estendido ao cônjuge, poder denunciar os comentários ofensivos no ambiente de trabalho e outros direitos básicos que a grande maioria de nós, não fazemos ideia e nunca precisaremos pelo simples fato de não sentirmos na pele o preconceito e as ofensas que estas pessoas vivem na nossa sociedade.

É fundamental falarmos sobre a necessidade de incluir pessoas LGBTQIAP+ nas equipes de startups e empresas tradicionais, e no mês do orgulho, precisamos celebrar a diversidade e falar sobre as dificuldades que a comunidade ainda enfrenta no mercado de trabalho.

Conforme pesquisa feita pela Abstartups (Associação Brasileira de Startups) 75,1% das startups nacionais acreditam na importância de iniciativas que promovam a diversidade, porém, apenas 3,3% dessas startups possuem pessoas transexuais como colaboradores! E se falamos sobre posição de liderança, o cenário é ainda mais distante. 





Ainda, segundo a Abstartups, em seu dia a dia, 36% das pessoas LGBTQIA+ mentem ou escondem sua sexualidade no ambiente de trabalho; 75% relatam experimentar pelo menos uma interação negativa no trabalho relacionada à sua identidade, geralmente são aquelas piadinhas que ninguém mais acha graça; e 41% experimentam mais de 10 interações negativas por causa de sua identidade.

Aproveito e falo aqui de uma startup que me tornei sócia recentemente, a Find Tattoo, um marketplace de tatuagens onde um dos pilares principais desde a sua fundação, é a promoção da diversidade e inclusão. Tatuagem é para todos, é a expressão da sua identidade ou arte impressa na pele. Desde a sua fundação a Find promove o evento FINDPRIDE onde valorizamos os trabalhos de  tatuadores LGBTQIA+ e aliados da causa em Belo Horizonte.

Você pode estar se perguntando: Ah mas porque essa mulher branca, hétero e privilegiada está falando sobre esse tema nesta coluna? É simples. Sou empresária e estou no lugar da pessoa que gera emprego e oportunidades.  Eu acredito e já experimento na minha startup, a diversidade de repertórios e vivências que promovem a inovação e a criatividade nos meus negócios.




Posso afirmar que empresas mais diversas costumam lucrar até 35% a mais que as demais, como o case declarado há alguns anos atrás, da multinacional Loreal, que promove a cultura da diversidade em suas ações e contratações como parte da sua responsabilidade social.

E fica aqui o nosso convite para você empresário, entender e dar oportunidade para pessoas diferentes de você, atuando seriamente e investindo em ações reais, para que os seus colaboradores LGBTQIA+ e clientes da comunidade, se sintam representados, e lembre-se, o mês de junho é só o começo! Esqueça as ações rasas que só te trazem marketing, a inclusão e diversidade tem que acontecer o ano todo, ser inserida dentro da cultura do seu negócio. Você perceberá que sua empresa vai lucrar e inovar a médio e longo prazo. Preconceito é ultrapassado e devemos olhar para o futuro e entender que esse caminho não tem mais volta. Respeito acima de tudo e para o bem de toda a sociedade.