Infelizmente, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) previa, a doença depressiva ultrapassou as doenças cardíacas no afastamento das funções laborais. A estimativa era para 2030, entretanto, já alcançamos esse patamar. As doenças mentais – como depressão e burnout – têm sido as que mais afastam pessoas de seu trabalho.
Que pena constatarmos isso na prática em consultório. Vejo, diariamente, o aumento expressivo de casos de depressão, ansiedade, pânico, TOC, compulsões em geral. Esse adoecimento coletivo pós-pandemia, além de um ano bem conturbado devido às eleições, trouxe um excesso de carga mental a todos.
Não há quem não tenha sido atingido pelo medo. O estado de alerta foi disparado em nosso sistema nervoso autônomo. Como o nome diz, ele é autônomo e não seguramos sua manifestação em nossa defesa. Somos em princípio seres vivos nos defendendo para sobreviver. E nos últimos quatro anos, estamos em guerra. Uma guerra invisível, mas sentida nas profundezas de nosso corpo.
Quem paga a conta? Nosso corpo que adoece cada vez mais. O número de doenças físicas também aumentou. Mais doenças crônicas, mais câncer, mais dores, mais cólon irritável. E ao lado de tudo isso, uma mente nada saudável tentando driblar os apertos que estamos passando.
Como sobreviver bem a tudo isso? Como podemos ter uma VIDA MAIS POSITIVA no meio de tanto caos? Como uma árvore que sobrevive bem às tempestades. Se tem boas raízes, ela suporta a tormenta.
Um ser humano que recebeu afeto e foi bem acolhido quando bebê, uma cria bem lambida, cresce com afeto que o sustenta nas horas difíceis. Chamamos isso de APEGO SEGURO. Mas nem todo mundo tem o privilégio de ter sido bem cuidado em sua primeira infância. Muitos lares são disfuncionais e ali não havia amor para alimentar essa segurança de enfrentamento futuro das dificuldades da vida.
Mas a boa notícia é que podemos ajudar as pessoas que se encontram em sofrimento mental. Com boas terapias de apoio e cuidado podemos RECONSOLIDAR MEMÓRIAS ANTIGAS e dar um novo lugar a quem sofre. Dentro da neurociência, muito se estuda sobre traumas hoje em dia. E cada vez mais, o que vemos é que podemos ajudar nessa transformação e mudança para um bom CRESCIMENTO PÓS-TRAUMÁTICO.
O corpo paga a conta e sentimos na pele quando a dificuldade ultrapassa níveis suportáveis. Por isso, fica aqui meu conselho: se você está mentalmente adoecido, busque a ajuda de um bom terapeuta, que trará o acolhimento e lugar seguro para o seu crescimento.
A vida não para, mas precisamos seguir com saúde. Por esse motivo, vale a pena você revisar: tem sido atingido pelo momento atual? Está desregulado, destemperado? Tem sentido insônia, mau humor, irritabilidade, cansaço extremo, desesperança, desânimo, choro solto, sintomas físicos de doenças crônicas?
Busque ajuda agora! Você pode aprender a ter um lugar mais seguro, recuperar sua saúde física e mental. A vida somos nós que fazemos diante das escolhas que podemos ter. Está em suas mãos limpar seu momento. Acolher sua dor e mudar para melhor.