Nos últimos 10 anos o tema “transformação digital” ganhou uma importância fundamental para qualquer tipo de negócio. Vimos essa aceleração nesses meses de pandemia também, de forma bem prática e gritante. A necessidade era tão gritante quanto o despreparo de muitos empresários.
Claro que as dificuldades foram imensas pra praticamente todos, mas quem estava melhor preparado digitalmente sofreu menos. Isso é um fato.
estatísticas de fechamento de empresas em 2 a 5 anos após a abertura.
Há um bom contingente de empresas digitalmente eficientes e outro bom contingente de empresas em transformação, mas um grande número vive num contexto de superficialidade, de consumo de headlines e ações pontuais. Fazendo a famosa “espuma”. São empresas com data de validade e grandes candidatas a engrossar as E o que significa “estar na transformação digital”? Já de pronto não se trata simplesmente de ter um belo Instagram, vender algo on line ou ter um whatsapp da empresa.
Primeiro, vamos esclarecer que transformação digital é bem diferente, e mais complexo, que melhorias digitais, geralmente construídas sem um planejamento estratégico e prescindindo do fortalecimento da cultura na empresa.
Estamos falando de entrar em um fluxo constante, onde várias coisas acontecem. Começamos com a cultura da empresa, o que se traduz na forma como o time se organiza, age e raciocina; passamos pelo uso de tecnologias que habilitam e ampliam fatores de competitividade e terminamos com processos que organizam e potencializam esses fatores.
Já as melhorias pontuais, o que a maioria das empresas faz, têm seu valor e geram seus resultados, mas dificilmente conseguirão fazer essa empresa mudar de patamar.
Para isso se destravar de vez, um passo inicial seria a criação de um ambiente que otimize a tensão, embasada pelo senso de urgência, e a capacidade de encarar e gerar mudanças. Aliado a isso, é muito importante explicitar o que é ou não valor na organização e definir quais os comportamentos que se quer das pessoas para inovar.
Não adianta comprar equipamentos e softwares incríveis, criar bons processos, utilizar sistemas e não focar nas pessoas. Esse é um dos maiores desafios dos líderes atualmente: criar inovadores antes de criar inovações. Pessoas aptas a construir a passagem da empresa para o estado de transformação digital.
Do ponto de vista dos processos eu ressalto dois grandes pilares: a agilidade e o foco nos problemas do seu mercado consumidor, com a respectiva entrega de valor.
E por fim, o uso massivo, continuado de tecnologias como algo inerente ao dia a dia da empresa. Sistemas, softwares, serviços por assinatura, marketplaces, redes sociais, presença em plataformas, etc.
Imagine a capacidade e o potencial de uma empresa que tem canais digitais e relacionamento nas redes sociais, e não meramente uma vitrine digital de seus produtos.
Imagine uma empresa que consiga criar uma presença digital com foco em relacionamento e entrega de valor para seu mercado, com campanhas altamente otimizadas de marketing digital, com públicos bem definidos e índices de conversão e retorno crescentes.
Imagine uma empresa que usa tecnologia para se organizar internamente, liberando seus gestores para atividades mais estratégicas e reduzindo custos e prazos.
Imagine uma empresa onde a maior parte do time é habilitado para ter ideias, arriscar e propor novas possibilidades, que seja fluente em tecnologia e saiba onde procurar saídas, quando surgirem problemas.
Imagine uma empresa onde as decisões são tomadas com base em dados.
Imagine uma empresa que testa novas tecnologias e serviços digitais de forma usual.
Agora imagine uma empresa que faz isso tudo, de forma planejada, organizada e constante. Você imaginou uma empresa que entrou no fluxo da transformação digital, com todas as vantagens que ela traz.
E todas as dificuldades também, que são muitas. Mas, afinal, quem disse que empreender é fácil?