Ao me propor escrever sobre as tendências de tecnologia para 2022, a minha cabeça já fervilha. São inúmeras coisas acontecendo, tecnologias novas sendo criadas, outras tantas sendo aperfeiçoadas, novos atores globais entrando no jogo, startups se transformando em unicórnios como nunca se viu antes. Enfim, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.
Há muitas novidades constantes em termos de hiperautomação, inteligência artificial, big data, criptomoedas, NFT, blockchain, internet das coisas, etc.
Mas o que acontecerá de verdade para o empresário médio brasileiro? No contexto das quase 20 milhões de empresas, o que realmente vai impactar os seus negócios em 2022?
Primeiramente, continuará em marcha a consolidação do consumidor no centro de tudo. O que ele quer, como ele quer, quando ele quer. Os micromomentos, as compras por impulso e o empoderamento de cada um de nós para tomar as decisões de compra estarão muito mais agudos.
Mas o que isso tem a ver com o digital? Tudo! No universo digital, das redes sociais, dos marketplaces, do Google, do Youtube, etc. é que saem informações massivas sobre comportamentos, desejos, dores desses consumidores, além de todos os serviços que poderão agregar valor aos negócios para alcançar o objetivo de entregar o máximo de valor para esses clientes.
Em seguida, teremos o início da internet 5G. Pelo cronograma da Anatel, deve começar a funcionar nas capitais até julho de 2022. Haverá um salto gigante de 300 Mbps para 10 Gbps de velocidade, com outro salto na capacidade de usuários e também uma redução no uso de bateria dos smartphones. E isso traz desdobramentos fantásticos.
Uma infinidade de equipamentos poderão ser interligados e conectados à internet de forma muito mais escalável e eficiente do que hoje, alavancando vários nichos de negócio (casas e cidades inteligentes, por exemplo). Os negócios ligados à tecnologia para a agricultura ganharão uma amplitude enorme, pela ampliação da cobertura. Serviços em nuvem terão muito mais potência, bem como as atividades por vídeo, que também serão muito mais estáveis e confiáveis.
Por fim, nos últimos 2 anos muito se falou do boom do e-commerce e um possível “novo normal” no jeito de vender produtos e serviços. Exageros à parte, o que se viu foi o volume de vendas online mais do que dobrar nesse período, de forma muito rápida. Mas, mesmo assim, o Brasil ainda tem quase 90% do seu varejo acontecendo off line, nas lojas de rua, shopping centers, feiras e camelôs.
Milhões de pessoas fizeram suas primeiras compras online, outras milhões compraram em nichos que nunca tiveram a intenção (supermercado, por exemplo), outros tantos compraram pela primeira vez em marketplaces internacionais e aplicativos de comida. Mas, como sabemos, comprar online é um caminho sem volta. Após a primeira compra, é impossível parar.
Por outro lado, centenas de milhares de empresas estruturaram, bem ou mal, suas operações online. As ruins estão ficando pelo caminho, mas milhares delas avançaram muitas casas nesse jogo e tornam a cada dia a competição mais difícil.
É daí que sai o terceiro grande foco para 2022 para os negócios tradicionais. Aprimorar sua presença e seu relacionamento digital com seus clientes e potenciais clientes, construindo condições de aproveitar o enorme avanço que o e-commerce brasileiro ainda terá para sair dos tão festejados 10% ou 11% do total do varejo pós pandemia e alcançar os 30% a 40% que outros países mais maduros já tem.
E para isso há uma disputa ferrenha entre marketplaces com um aprimoramento incessante de serviços de entrega, armazenamento e gestão, meios de pagamento, marketing, pós venda. Há também inúmeros serviços digitais como ERP, CRM, contabilidade e marketing digital ajudando pequenos empresários a serem muito mais eficientes nesse contexto.
Em resumo, novidades em temas muito sofisticados, como blockchain, big data ou hiperautomação, vão acabar chegando massivamente nas empresas na forma de serviços e plataformas. Mas, no fim do dia, e no início do planejamento de 2022 (que, por sinal, poucos empreendedores fazem de verdade), deixo essas 3 avenidas para a reflexão: a conscientização de que o cliente estás no centro de tudo, a internet 5G e seus desdobramentos imediatos para sua empresa e seu mercado e a consolidação de um e-commerce potente.
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