Jornal Estado de Minas

TREND TALKS

Como agir para minimizar crises e buscar alta performance na sua empresa?

No dia a dia de uma empresa, crises podem ser desencadeadas, seja por incidentes graves únicos, seja por uma sequência de falhas.

Em tempos normais, as empresas enfrentam inúmeras incertezas das mais variadas causas, mas lidam com desafios confiando em estruturas e processos estabelecidos. E numa estrutura de governança e gestão bem feitas, há apostas calculadas para gerenciar os riscos e reduzir essas incertezas.



Em quadros de crise extrema, esse grau de incerteza pode atingir níveis altíssimos. Nesses momentos, os modelos de gerenciamento tradicionais raramente se mostram adequados, e as empresas com processos inadequados podem rapidamente se deparar com ameaças que podem até mesmo eliminá-las do mercado.

Um modelo operacional adequado para fazer frente a esses cenários deve permitir aprendizado contínuo e respostas flexíveis à medida que as situações evoluem. Muitas organizações, talvez a maioria daquelas que fazem planejamento, operam em ciclos anuais, com decisões coletivas sobre estratégias, orçamentos e planos operacionais uma vez por ano, sucedido pelo gerenciamento das operações de acordo com essas metas e com os limites de custo. 

Entre os ciclos de planejamento anual, as alterações são poucas e geralmente menores, merecendo destaque organizações que adotaram técnicas mais ágeis para tornar o planejamento mais flexível e responsivo aos resultados de pilotos ou testes, em algo derivado do startup way. 



Mas uma “boa” crise mina a maior parte das suposições do ciclo de planejamento tradicional, retirando as bases de apoio dos empreendedores, que passam a trabalhar de maneiras inadequadas para um ambiente incerto.

Nesse contexto entram em ação predicados fundamentais para lidar com incertezas: flexibilidade, inovação, ação coletiva, rapidez, num novo modelo operacional visando a superação do desafio, buscando um viés de instabilidade informacional.

Além da instabilidade das informações, os líderes também devem estar atentos à possibilidade de informações que julgavam claras e certas se revelarem erradas. Os gestores não podem tomar suas próprias suposições como fatos, pois podem surgir novas informações que as invalidam.

As suposições e o entendimento precisam ser regularmente revisados conforme necessário, como parte da prática de aprendizado contínuo da organização. O modelo operacional deve ser capaz de absorver respostas erradas iniciais e substituí-las rapidamente.

Por fim, os ciclos de aprendizado e replanejamento devem ocorrer com frequência suficiente para garantir que as respostas reflitam a evolução da situação e os cenários de incerteza. A cultura organizacional deve primar por proporcionar o questionamento constante de suposições estabelecidas.