(Por José Milton Cardoso Junior e Juraciara Vieira Cardoso)
Ao assistirmos filmes e desenhos animados é comum vermos os idosos retratados de forma caricatural: ou são apresentados como ranzinzas ou como cidadãos pacatos, que assistem televisão ou tricotam enquanto esperam a vida passar. Entretanto, esta realidade não mais se apresenta na vida cotidiana dos idosos.
Com o aumento do número de idosos, da expectativa de vida e, principalmente, da qualidade que estas vidas passaram a ter, muito em razão de avanços médicos significativos para acompanhamento deste público, passamos a ver idosos que têm uma vida ativa tanto ou até mais da que tinham antes de envelhecer.
Com o aumento do número de idosos, da expectativa de vida e, principalmente, da qualidade que estas vidas passaram a ter, muito em razão de avanços médicos significativos para acompanhamento deste público, passamos a ver idosos que têm uma vida ativa tanto ou até mais da que tinham antes de envelhecer.
Estes “novos” idosos compreenderam que, para manutenção de sua funcionalidade, precisam estar mais atentos à sua saúde física, emocional e social. Assim, eles são cônscios da fragilidade que a idade traz consigo e buscam meios para mitigá-la, tais como a prática constante de atividade física, o cuidado com a ingestão de alimentos considerados ruins para a saúde, a realização de atividades sociais e intelectuais, dentre outros.
Um importante fator para manutenção da qualidade de vida do idoso é a prática de atividades consideradas lúdicas, pois, se a saúde física é determinada por um conjunto de variantes de saúde, a saúde mental e social depende de uma gama de ações que deve ser perpetrada pela pessoa idosa. A saúde, antes entendida apenas como bem-estar físico, passou a ser percebida pelos “novos idosos” como um completo bem-estar físico, mental e social, no qual, a ausência de um deles acarreta piora na qualidade de vida.
- Leia: Envelhecer, como encaramos este desafio?
Assim, atividades como dançar, jogar, conversar com pessoas diferentes daquelas do convívio diário, ir a festas ou ouvir as músicas prediletas podem significar um aporte de felicidade na vida das pessoas idosas, fazendo com que sua leitura da realidade se mostre muito mais aprazível e que o seu bem-estar subjetivo passe a ser percebido de maneira positiva. Ao mudarem a percepção sobre si mesmos e sobre o ambiente que os cerca, os idosos passam a viver suas experiências de modo mais otimista.
Um estudo realizado com 524 idosos, no Brasil e na Espanha, demonstrou que as relações sociais e o suporte social, sendo ele emocional, instrumental ou informacional, melhoram em muito a qualidade de vida das pessoas idosas.
Interessante observar que as atividades mais realizadas pelos idosos do grupo estavam relacionadas à sociabilidade, expressas no contato com amigos, momento em que podiam falar das suas alegrias, tristezas e demonstrar seu conhecimento.
Os idosos que participaram da pesquisa afirmaram que sentiam que o pertencimento ao grupo de convivência era uma conquista que lhes proporcionava a oportunidade de deixar de lado sua vida cotidiana de afazeres domésticos e de cuidado com filhos e netos. Disseram que no grupo tiveram a chance de compartilhar conhecimentos e desfrutar de uma liberdade há muito não percebida.
Em todo o mundo há um estímulo para a formação de grupos de convivência para idosos, pois se em um primeiro momento eles buscam tais grupos para realizar atividades físicas, com o tempo e com a convivência, começam os encontros para festas, viagens e passeios diversos. Essa interação faz com que a percepção sobre a qualidade de vida que se tem se eleve consideravelmente e com ela a autoestima e o bem-estar da pessoa idosa, proporcionando uma melhora no estado geral, no humor e na sua percepção sobre si mesmo e sobre a vida.
Em um grupo de convivência o idoso pode compartilhar suas dores, aflições, alegrias e conquistas, reduzindo sentimentos ruins como o medo, a insegurança e a depressão. Ao conviver com pessoas de idade parecida, a pessoa idosa tem a oportunidade de rememorar seu passado, os fatos históricos importantes e até mesmo de fazer grandes amigos.
Portanto, fica aqui o nosso convite para que os idosos procurem grupos de convivência e para que seus familiares apoiem tal decisão, pois é de fundamental importância para a manutenção do bem-estar global da pessoa idosa. Conviver melhora o viver!