O que foi gerado de notícias falsas nas últimas semanas contra vacinação sugere que a capacidade dos exércitos digitais para disseminação das chamadas fake news (notícias falsas) está pronta para atuar também na campanha presidencial em outubro.
Nada prende e engaja mais do que mensagens fantasiosas e absurdas, geralmente direcionadas a reforçar crenças que o algoritmo já aprendeu que o usurário tem. Ou seja, todas as vezes que Facebook, Instagram, Twitter e YouTube retiram do ar uma mensagem viralizada (falsa ou não) a plataforma perde dinheiro.
Mas vamos voltar ao julgamento da chapa vencedora nas eleições presidenciais de 2018. Ao proclamar o resultado, Barroso destacou que a maioria expressiva do Tribunal (6 a 1) entendeu que ocorreram condutas ilícitas relacionadas a disparos em massa e à difusão de desinformação contra os adversários.
Ocorreu algo parecido contra a vacinação, com complacência tanto das empresas quanto das autoridades.
Em comum, a divulgação de notícias falsas em 2018 agora tem a impunidade. No entanto, nem toda essa mobilização criminosa contra a vacinação está sendo suficiente para conter a imunização no Brasil.
Esse fato dá alguma esperança de que seja possível superar também a desinformação na política e fazer um julgamento adequado também em relação ao voto.